Síria finaliza entrega de lista de armas químicas, diz organização

Entrega é 1º passo para a aplicação do acordo entre russos e americanos. Organização denuncia morte de mais 15 pessoas em aldeia em província.

Loubna Mrie/ReutersUsando manequins como alvo, mulheres que integram o grupo militante 'Mãe Aisha' praticam tiros em reduto rebelde de Aleppo

Usando manequins como alvo, mulheres que integram o grupo militante ‘Mãe Aisha’ praticam tiros em reduto rebelde de Aleppo

A Siria terminou neste sábado (21) de entregar a lista de armas químicas à Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), informou a organização, no momento em que intensas negociações diplomáticas estão em andamento para a adoção de uma resolução na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o desarmamento químico de Damasco.

Neste sábado vencia o prazo para que o ditador Bashar Al-Assad fornecesse o levantamento completo deste tipo de armas.

"A OPAQ confirmou o recebimento da lista que era esperada do governo sírio sobre seu programa de armas químicas", indicou a organização à agência AFP. "A secretaria-técnica está examinando a informação recebida", acrescentou.

A entrega dessa lista é um primeiro passo para a aplicação do acordo entre russos e americanos sobre o desmantelamento do arsenal químico sírio assinado em Genebra no dia 14 de setembro, mas divergências persistem entre os diplomatas sobre o projeto de resolução a ser apresentado ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A OPAQ, que deveria se reunir no domingo para estudar o início deste programa de destruição e o pedido de adesão da Síria à Convenção de 1993 sobre a proibição de armas químicas, adiou a reunião para uma data não determinada.

Segundo fontes diplomáticas, o texto que deve servir de base de trabalho para a reunião, que é objeto de discussões entre americanos e russos, ainda não está pronto.

Neste sábado, o chefe da administração do Kremlin, Serguei Ivanov, indicou que a Rússia pode mudar sua posição sobre a Síria se observar alguma intenção de trapaça por parte do regime de Bashar al-Assad, diz a Reuters.

"Estou falando de forma teórica e hipotética, mas se chegarmos à conclusão de que Assad está nos enganando, podemos mudar de posição", disse Serguei Ivanov, em Estocolmo, onde participa de uma conferência, citado pelas agências russas.

Ivanov não forneceu mais detalhes e reiterou a posição de Moscou, oposta a uma ação militar externa na Síria. A Rússia é considerada até agora uma aliada do regime de Assad.

Mortes
Na noite de sexta-feira (20), forças sírias leais ao presidente Bashar Al-Assad mataram ao menos 15 pessoas, entre elas mulheres e duas crianças, em uma aldeia na província de Hama, disseram ativistas neste sábado (21).

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que o ataque ocorreu na aldeia de Sheikh Hadid, de população sunita, por soldados e milicianos pró-Assad. A organização humanitária explicou em comunicado que o massacre foi realizado com ajuda de milicianos alauítas, dizem as agências Reuters e a EFE.

Além disso, 10 pessoas ficaram feridas no povoado, localizado em uma zona rural no norte de Hama, cenário de duros combates na quinta-feira, em que os rebeldes chegaram a tomar uma aldeia vizinha.

As mortes seguem ataques por rebeldes em unidades militares na região os últimos dois dias, diz o observatório, segundo a agência Reuters.

A guerra civil na Síria provocou mais de 100 mil mortes nos últimos anos, além do êxodo de dois milhões de pessoas do país.

Fonte: G1

Veja Mais

Deixe um comentário