A reconstituição da morte do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, foi marcada por um tumulto na tarde desta sexta-feira (22) em Ribeirão Preto (SP). Durante o trajeto feito pelo padrasto de Joaquim, Guilherme Longo, em direção ao local onde ele afirma, em depoimento, que foi comprar drogas, na madrugada do sumiço da criança, populares furaram o bloqueio feito pela polícia e por pouco não agrediram Longo fisicamente.
Guilherme Longo, apontado pela polícia como o principal suspeito pela morte de Joaquim, deixou o local da reconstituição em um camburão da Polícia Civil, escoltado por duas viaturas da Polícia Civil.
O trabalho dos peritos durante a reconstituição durou cerca de duas horas. O padrasto de Joaquim chegou por volta das 15h à casa, onde vivia com o enteado e a mãe dele, Natália Ponte, também suspeita do crime. Durante todo o tempo, Longo usou um colete à prova de balas. Natália foi dispensada da reconstituição pelo delegado Paulo Henrique Martins de Castro, que chefia as investigações.
O padrasto de Joaquim refez na tarde desta sexta-feira os fatos narrados à polícia durante os depoimentos prestados após ele ter sido preso no dia 10 de novembro, quando o corpo do menino foi encontrado no Rio Pardo, em Barretos (SP). Um boneco foi usado pela perícia para simular a criança.
A reconstituição do sumiço de Joaquim atraiu muitos curiosos à Rua Brigadeiro Tobias de Aguiar, no bairro Jardim Independência, zona norte de Ribeirão. Uma área de 800 metros nas proximidades da casa onde a criança morava foi isolada por volta das 14h pela Polícia Militar e pela Transerp, empresa que gerencia o trânsito da cidade. Cinquenta policiais, a cavalaria e cães da PM reforçaram a segurança em 12 cruzamentos.
Longo havia contado à polícia que colocou Joaquim para dormir por volta da meia-noite de 5 de novembro. Após ter colocado o menino na cama, ele relatou que fechou a porta do quarto e saiu de casa para comprar cocaína. Os passos do padrasto dentro da casa foram refeitos pelos peritos. Em depoimento, o padrasto declarou que deixou a porta da sala encostada, saiu pelo portão – trancado por ele – e caminhou até um ponto de venda de drogas no bairro.
Como não encontrou o que procurava, Longo afirma que voltou para casa 40 minutos depois, trancou o portão, deixando a porta da sala aberta, e foi para o quarto do casal.
No momento em que Longo foi levado para a rua para refazer o trajeto de 1,6 mil metros que ele descreveu ter seguido até o ponto de drogas, populares conseguiram furar o bloqueio feito pela Polícia Militar e ficaram muito próximos ao padrasto, que caminhava cercado pelos peritos. Homens e mulheres hostilizaram Longo e atiraram gravetos contra ele. Houve muita correria e algumas pessoas entraram em pânico. A polícia conseguiu retomar o bloqueio com apoio da cavalaria.
O clima de tensão fez com que a polícia agilizasse a caminhada até o ponto de venda de entorpecentes. Ao retornar à casa da família, Guilherme Longo foi colocado em uma viatura da Polícia Civil que deixou o local escoltada por duas viaturas da PM. O padrasto foi levado para a DIG e encaminhado posteriormente à Delegacia Seccional de Barretos (SP), onde está preso temporariamente.