PMs decidem paralisar por 24 horas as atividades em dois batalhões

Izabelle Targino/AL24hMilitares realizam cortejo até o Centro. Um caixão foi usado para simbolizar o enterro da segurança.

Militares realizam cortejo até o Centro. Um caixão foi usado para simbolizar o enterro da segurança.

O assassinato do soldado Ivaldo Oliveira da Silva, morto a tiros após ser arrastado de dentro de um Grupamento de Polícia Militar (GPM) em Porto de Pedras, reascendeu os protestos em Alagoas. Na tarde desta terça-feira, 10, policiais e bombeiros realizaram um cortejo fúnebre pelas ruas de Maceió em memória ao PM assassinado e decidiram ainda paralisar por 24 horas os Batalhões de Radiopatrulha e Escolar.

O aquartelamento nos dois batalhões terá início às 5 horas da manhã desta quarta-feira, 11, até às 5h de quinta-feira, 12. A decisão foi tomada, nesta tarde, durante uma assembleia geral. Eles também saíram em caminhada pelas ruas do Trapiche e Centro carregando um caixão com a bandeira de Alagoas. O funeral simbólico representa a morte dos onze militares em 2013 e as demais vítimas de homicídio no estado.

“Observamos a falta de compromisso e respeito com a sociedade alagoana. São mais de duas mil mortes por ano e não vemos ações efetivas para o combate a violência. Chegamos ao fundo do poço e esperamos que as medidas tomadas até agora sejam revistas. Se um policial militar é assassinado em praça pública de forma cruel imagine o que acontece com a população alagoana”, disse o presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas (Assmal), subtenente Teobaldo de Almeida.

Segundo informações do presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), Major Wellington Fragoso, os militares alagoanos resolveram tomar algumas medidas contra a insegurança da tropa. "Foi decidido em assembleia que a viatura da PM não sairá mais com apenas dois policiais. A ONU diz que deve ter um policial para cada grupo de 370 pessoas. Sabemos que isso é impossível em Alagoas. Por isso, iremos pedir que os GPMs no interior tenham no mínino cinco policiais e não apenas dois. A sociedade dorme se achando protegida, mas na verdade não está", disse o oficial.

A categoria reclama ainda o valor de R$ 100,00 pago pelos novos soldados da PM durante o Curso de Formação de Praças. "A PM não tem estrutura, nem física e nem de pessoal. Os soldados têm que pagar R$ 100 mensais para compra de materiais de uso no curso. Isso é inadmissível. A corporação que tem que arcar com os gastos", afirmou.

Veja Mais

Deixe um comentário