Uma diversidade de produtos oriundos de assentamentos rurais do litoral norte de Alagoas preencheu a Praça da Prefeitura, no município de Porto Calvo, localizado a 96 km de Maceió. Quem visitou a 1ª Feira da Reforma Agrária do Litoral Norte nos dias 10 e 11 de dezembro, pode aproveitar a macaxeira, o inhame, a banana, feijão, abacaxi, laranja, tudo produzido sem uso de agrotóxico e direto das mãos do produtor.
Realizada pelo Comitê de Assentamentos do Litoral Norte e pelo Cento de Capacitação Zumbi dos Palmares, entidade de Assistência Técnica e Extensão Rural e com o apoio da prefeitura de Porto Calvo e Jacuípe, a Feira, contou com a participação de dezenas agricultores e agricultoras de 11 assentamentos localizados em 9 municípios da região.
Para Edilson Mendes, técnico em agropecuária do Centro Zumbi a Feira mostra para a sociedade o que está sendo produzido pelos trabalhadores e trabalhadoras do local. “Estamos ocupando a praça com uma diversidade de produtos e tudo foi produzido, sem uso de agrotóxicos, nos assentamentos da região. É importante que todo o município possa fortalecer cada vez mais as feiras com os produtos dos agricultores locais”, afirma Edilson que defende o incentivo das Feiras nesse caráter: “na feira tradicional, observamos a comercialização de muitos produtos vindos de fora da região, muitas vezes até de outro estado. Com a compra das mercadorias produzidas pelos próprios assentados do entorno, além de fortalecer a agricultura camponesa, contribuímos com a economia local”.
Sendo uma das cidades pólo da região, Porto Calvo foi escolhida para receber a Feira pelos próprios assentados e assentadas. A assistente social do Centro Zumbi, Kamila Martins destacou a realização da Feira no local como um trabalho audacioso e intencional. “Essa é mais uma ação do Comitê dos Assentamentos em conjunto com o Centro Zumbi que traz para o conjunto da sociedade uma ação para as áreas de Reforma Agrária da região. Além de fazermos as reivindicações pelos direitos básicos dos que vivem no campo, estamos aqui mostrando concretamente os frutos da luta dos camponeses e camponesas”, ressaltou Kamila.
“Boa parte dos assentados já participam das feiras livres nos municípios e com a realização de uma feira específica para os produtos da Reforma Agrária, conseguimos mostrar para os agricultores que é possível comercializar os produtos sem a figura do atravessador a partir da organização e do trabalho coletivo”, finalizou a assistente social.
