Durante os meses de janeiro e fevereiro, os motoristas de Alagoas serão foco de uma campanha especial de conscientização. A Operação Rodovida é uma iniciativa da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e conta com a parceria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Polícias Militar (PM) e Civil (PC), pelo Detran e pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT).
A iniciativa, que começou nesta semana, conta com blitz em rodovias federais e estaduais e em pontos estratégicos da capital, com uso de bafômetro e fiscalização de motos, que terão que apresentar os documentos do veículo e a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC). O foco é conter a violência no trânsito, em especial as causas de acidentes graves, como embriaguez, excesso de velocidade e condução perigosa de motocicletas.
Com atividades previstas até o Carnaval, a operação será tanto educativa quanto punitiva. Na ocasião, os técnicos da Sesau, juntos com as instituições parceiras, irão orientar e distribuir material educativo. O objetivo é coibir mortes e comportamentos arriscados ao volante.
A superintendente da Vigilância em Saúde, Sandra Canuto, ressalta que a ação pretende conter também a violência. Ela destaca ainda a importância do envolvimento de todos os municípios, através dos órgãos de trânsito e Núcleos de Promoção da Saúde.
“Isso será importante para reduzir não só a violência no trânsito, mas também para coibir a violência física em geral, inclusive devido à questão das motos, já que muitas delas são roubadas com a finalidade de praticar crimes e a polícia estará fiscalizando a procedência desses veículos e a documentação dos motoristas”, expõe a superintendente.
Números
Além do aspecto da violência urbana, as motocicletas serão enfocadas também com relação aos altos índices de acidentes envolvendo o veículo. De acordo com dados do Hospital Geral do Estado (HGE), em 2010 foram registradas 2.859 vítimas de acidentes com motos, chegando ao percentual de 31,3% do total de atendimentos envolvendo automóveis realizados pela unidade hospitalar – que foi de 9.110, incluindo também bicicletas.
“Queremos reduzir a mortalidade, em especial de acidentes com motos, que geralmente têm muitas seqüelas, deixando muitos jovens com diversos tipos de deficiência. Reduzindo isso, também reduziremos a demanda nas unidades que recebem esse tipo de trauma”, destaca Sandra Canuto, acrescentando que no ano 2010,em Alagoas, o Sistema Único de Saúde teve um gasto de cerca de R$ 1,744 milhão com casos do tipo.
Somente em 2010, foram 789 óbitos no estado envolvendo o trânsito. Já de 2006 a 2010, foram 3.484, a maior parte nas cidades de Maceió e Arapiraca. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de um milhão e trezentas mil pessoas morrem todos os anos vitimas de acidentes, representando mais de 3.500 por dia. Dez países – entre eles o Brasil – concentram 62% desses óbitos.