É inevitável dizer que crises econômicas que invariavelmente devastam as bolsas de valores por todo o mundo pegam o consumidor de surpresa, e deixam, principalmente, os assalariados com as orelhas em pé, com a possibilidade da alta dos preços dos produtos essenciais para a sua alimentação, como por exemplo, o feijão, arroz, e as hortaliças em geral, e somando-se a isso, a influência das multinacionais nas produções de produtos para exportação. Vale salientar que o Brasil é um potencial consumidor dos seus próprios produtos agrícolas, porém, o aumento do dólar ocasiona um grande aumento dos preços dos insumos e tecnologias para manter a produção desses alimentos a todo vapor, e isso pode provocar um encarecimento da produção, unindo-se a isso os altos valores de inflação, onde sabe- se que juros mais altos resultam em custos maiores e preços também mais elevados. Devemos salientar que os preços dos produtos agrícolas no atacado, medida pelo IPA-M, acumulou alta de 3,55% nos últimos 12 meses, até a primeira prévia em janeiro de 2012, que foi de 0,82%, segundo a Fundação Getúlio Vargas.
A "crise mundial dos alimentos" não é novidade. Trata-se de um fato que vem ocorrendo anualmente, mas que, torna-se grave e ganha destaque na mídia de tempos em tempos. Esta suposta “crise” pode estar relacionada com a falta de alguns produtos agropecuários considerados como fundamentais para a alimentação da população mundial. Um dos motivadores para essa falta pode ser o aumento na produção de biocombustíveis que faz com que determinados produtos agrícolas sejam utilizados para essa finalidade, resultando numa diminuição da oferta de alimentos frente a demanda, provocando elevação nos preços.
Além disso, o petróleo, com níveis altos de preço, pressionam os preços de outras commodities, e também de outros alimentos, porque impactam toda a cadeia, como por exemplo o encarecimento dos transportes desses alimentos para outras cidades, onerando o processo final da cadeia. Alem do mais, é importante salientar que períodos de entre safra e/ou problemas (fenômenos) naturais também podem entrar na conta para ajudar a aumentar os preços dos produtos agrícolas em geral, não apenas commodities.
A população mundial está em crescimento continuo, e com o aumento da população e o crescimento econômico de países emergentes, como a China e o proprio Brasil, existe uma necessidade maior de se produzir alimentos para fazer frente a uma demanda anteriormente reprimida, ou seja, as pessoas pobres estão começando a comer.
Com políticas de incentivo, adotadas pelo governo, como por exemplo a política do preço mínimo, frente a demanda e preços aquecidos, é uma forma de equilibrar e minimizar os danos de um aumento generalizado dos preços, pois o governo estimula os produtores a produzirem mais, mesmo com uma redução generalizada de preços daquele produto, pois o mesmo passa a adquirir dos produtotes seus produtos a um preço justo, garantindo assim a cobertura dos seus custos de produção. Com isso o governo garante estoques de produtos fundamentais na cesta de alimentos da população, e impede ou reduz os possíveis impactos ocasionados por uma explosão de preços de alimentos essenciais para o nosso consumo. Isso mostra a preocupação do governo com este cenário de inflação dos alimentos durante o ano, com tais medidas adotadas, além de outras mais, como a modernização da agricultura familiar e o aumento de limites de créditos e subsidios, com o simples objetivo de estimular cada vez mais a produção de alimentos e tentar resolver os danos causados por tal acontecimento que gera preocupação às famílias brasileiras durante todo o ano.
Porém o problema não se restringe apenas a necessidade de se produzir mais alimentos e sim de se distribuir melhor a produção do mesmo, pelo fato de que se produz mais alimentos do que o necessário, ou seja, enquanto poucos tem muito, muitos sobrevivem com pouco, e isso é um problema a curtissimo prazo e a níveis mundiais, não apenas nacional.