Com todo o investimento num dos elencos mais caros e qualificados do país, a maior virtude do time do Fluminense ainda é o caráter. Ao usar a ligação dos jogadores com o clube para justificar mais uma proeza do time de guerreiros, o técnico Abel Braga reconheceu que o tricolor terá que se superar novamente, na final de domingo, diante do maior entrosamento do Vasco:
— O Vasco assistiu de cadeira e agora vamos enfrentá-lo, às 16h. Nesse calor, não é facil. Além disso, o Vasco hoje é o melhor time do Rio, mas isso não siginifica que vai ganhar ou que seja o favorito.
Num comportamento que se repete desde 2009, o tricolor precisa se ver acuado para tirar forças de onde já se espera. Seja ao ver o time em desvantagem ou ao ter Loco Abreu diante de Diego Cavalieri, a torcida do Fluminense teve a sensação de que já tinha passado por isso. Na semifinal da Taça Guanabara do ano passado, apesar da derrota por 3 a 2 para o Botafogo, o goleiro defendera um dos dois pênaltis cobrado pelo uruguaio.
— Mais uma vez, fomos um time de guerreiros para sair da dificuldade — celebrou.
Para o técnico Abel Braga, o valor da classificação tricolor pode ser medida pelo sacrifício de seus jogadores — Wellington Nem jogou com o tornozelo machucado — e pela qualidade do adversário.
— Não é fácil enfrentar o Botafogo, mas a gente sempre trabalha em cima de grupo — disse ao usar a classificação para atenuar às críticas aos seus zagueiros. — Um fez o gol do empate e o outro acertou sua cobrança. Não existe isso de responsabilizar um ou outro.
Ao dividir tristezas e multiplicar alegrias, Abel tem mais uma chance de reafirmar o caráter de sua equipe, domingo, diante do Vasco, que venceu o tricolor, de virada, por 2 a 1 na fase de grupos. Outra meta é voltar a ganhar clássicos, o que não acontece desde novembro de 2010. Para um time de guerreiros, toda a dificuldade é estímulo.