Na manhã dessa terça-feira, 28, a queda de um avião de porte pequeno na zona centro-sul de Manaus resultou na detenção do repórter do G1 na capital amazonense, Carlo Eduardo Matos. Segundo a polícia, ele foi algemado e retirado do lugar para preservar a área do acidente. Mas, na ocasião, outros jornalistas faziam a cobertura e somente ele foi preso.
Matos criticou a ação policial. "Outros profissionais da imprensa estavam no mesmo local e um tenente da Polícia Militar me impediu de continuar o trabalho. Ele tomou os dois telefones celulares que estavam comigo e me levou algemado para a viatura. Não havia necessidade disso, não agredi ninguém, não falei nada demais para ser tratado dessa forma. Fui fichado na delegacia e estou respondendo por desacato à autoridade".
O tenente que deteu o jornalista, Anderson Pereira Alfon, afirmou que o profissional foi retirado do local porque a área oferecia riscos e para evitar que o trabalho da perícia fosse atrapalhado.
Com a situação, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJPAM) publicou uma nota de repúdio à ação policial. "O ato em si revela o despreparo de policiais militares que, mesmo com a missão institucional de garantir segurança aos cidadãos, abusam da autoridade de polícia e tripudiam sobre direitos individuais e coletivos dos cidadãos assegurados, de forma plena, pela Constituição Federal", informa o comunicado.
Na nota, o sindicato também afirma que "o episódio foi um atentado ao exercício da profissão, na medida em que o profissional de imprensa encontrava-se em plena atividade de trabalho, e condena qualquer forma de repressão ao direito do jornalista, de exercer o seu papel de levar informação de qualidade à população".