‘Brasil precisa de um chute no traseiro’, diz secretário-geral da Fifa

Para o dirigente, poucas coisas estão funcionando no Brasil.

Wilson Dias/ABrObras no Estádio Mané Garrincha em Brasília, um dos palcos da Copa do Mundo de 2014

Obras no Estádio Mané Garrincha em Brasília, um dos palcos da Copa do Mundo de 2014

secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jèrôme Valcke, disse na sexta-feira 2 que está preocupado com os preparativos do Brasil para a Copa do Mundo de 2014. Segundo ele, a construção de estádios e de infraestrutura de transportes e hotéis para os torcedores está atrasada.

Para o dirigente, poucas coisas estão funcionando no Brasil e os organizadores precisam de “um chute no traseiro”, pois o País parece mais preocupado em ganhar a Copa que com organizá-la.

Valcke, que está na Inglaterra para a reunião anual do Conselho Legislador da Fifa, também fez duras críticas à Lei Geral da Copa a tramitar na Câmara dos Deputados. Ele disse estar “frustrado” com as “discussões infindáveis” no Congresso sobre a Lei da Copa, que os críticos dizem conceder muitos poderes e poucas responsabilidades à Fifa.

O texto-base do projeto já foi aprovado, mas os parlamentares ainda precisam votar na terça-feira 6, dez destaques ao relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) antes enviar o texto para o plenário da Câmara e para o Senado.

Entre os assuntos a serem tratados está a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante as partidas. Três dos dez destaques pedem que seja retirada a permissão.

De acordo com o secretário-geral, não há um “plano B” para a Copa do Mundo de 2014. O evento acontecerá no Brasil, mas os torcedores podem sofrer. “[O Brasil] não tem hotéis suficientes em todos os lugares. Há mais do que o suficiente em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas, se você pensa em Manaus, é preciso ter mais”.

Valcke opinou também sobre Salvador e afirmou que a cidade está pouco preparada para receber muitos torcedores. “A cidade é boa, mas [os trajetos] para ir ao estádio e toda a organização de transporte precisam melhorar.”

O anúncio de que cada uma das 12 cidades-sede do Brasil receberá pelo menos quatro jogos causou preocupações sobre viagens aéreas dentro do país, por causa da infraestrutura aeroportuária.

“Tomamos a decisão de mover os times [de uma cidade para outra] e fomos criticados, porque se você torce para um time você terá que voar 8 mil quilômetros [para acompanhá-lo]. Fizemos isso a pedido do Brasil para garantir que todas partes do país vejam a Inglaterra, por exemplo, caso o time se classifique.”

“Mas, tendo apoiado essa decisão, temos que garantir que os torcedores e a mídia – não os times, porque eles têm seus próprios aviões – conseguirão seguir as equipes”, concluiu.

Fonte: Agência Brasil

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