Numa partida espetacular, cheia de reviravoltas, o Emelec-EQU conseguiu uma heroica e inesperada classificação para as oitavas de final da Taça Libertadores, ao derrotar o Olimpia-PAR por 3 a 2, nesta quinta-feira, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção. O time equatoriano levou o primeiro gol no fim da etapa inicial, marcado por Castorino, conseguiu empatar com Mondaini, virar aos 43 do segundo tempo, com Mena, levar novo empate aos 46, com gol de Zeballos, e alcançar a vitória consagradora, aos 47, em cabeçada de Luis Quiñonez.
O Flamengo, que tinha a vaga garantida com o empate em Assunção, só teve a lamentar depois da vitória de 3 a 0 sobre o Lanús-ARG, no Engenhão. O Emelec terminou em segundo lugar no Grupo 2, com nove pontos, um a menos que o time argentino, o líder. Eliminadas, a equipe brasileira terminou em terceiro, com oito pontos, e a paraguaia, em último, com sete.
Paraguaios na frente
O início da partida foi todo do Olimpia. Aos seis, Castorino penetrou na área, caiu e ficou esbravejando pedindo pênalti. O árbitro uruguaio Roberto Silvera mandou o jogo seguir. Um minuto depois, após cobrança de escanteio, Orteman cabeceou no meio da zaga do Emelec e obrigou Dreer a fazer grande defesa, quase em cima da linha do gol.
Após a pressão inicial, o time paraguaio manteve a maior posse de bola, quase sempre no campo adversário, mas sem penetração. A equipe equatoriana, quase toda na defesa, se livrava do perigo com chutões para todos os lados. Aos poucos, foi sentindo que podia se arriscar mais e chegou a ter um gol invalidado, de Valencia, impedido, aos 19. Cutucado, o Olimpia foi à frente e colocou uma bola na trave direita de Dreer, em cabeçada de Marín, aos 21. Mas o jogo já estava equilibrado, com o Emelec mais ousado.
Aos 30, os equatorianos tiveram duas chances na mesma jogada, primeiro com Valencia e em seguida, com Galbor. Cinco minutos depois, Giménez perdeu uma chance incrível de abrir o marcador para os visitantes. Surpreendentemente, nessa altura do jogo, o time equatoriano era melhor.
No entanto, nos contra-ataques o time paraguaio era muito perigoso. Aos 42, por pouco não marca, em chute de Aranda que Dreer defendeu com o pé esquerdo. Três minutos depois veio o gol, em novo contragolpe: Zeballos avançou pelo meio e serviu a Marín, que, livre na área, chutou colocado. Dreer defendeu parcialmente, e no rebote Castorino só teve o trabalho de empurrar a bola para o gol vazio.
Fim de jogo sensacional: três gols em cinco minutos
Em desvantagem, o Emelec continuou atacando na segunda etapa, com o risco de se abrir para os contra-ataques. Aos 12, Bagui quase marcou, mas o árbitro já havia marcado uma falta de ataque. O Olimpia continuava a ameaçar em contragolpes, e aos 15 teve ótima oportunidade, em cabeçada de Castorino, na pequena área. Dreer defendeu bem.
Logo depois, o goleiro Martín Silva reclamou de dor no joelho direito, lesionado num choque com seu companheiro Meza, logo no início da etapa final. Centurión entrou aos 19, e dois minutos depois levou o gol do empate: Valencia cruzou da direita, e Mondaini cabeceou no canto esquerdo do goleiro do Olimpia, que nada pôde fazer. O Emelec se animou e buscou o gol da virada. E aos 25, Centurión salvou o time paraguaio, com duas defesas seguidas – na segunda, a bola ainda explodiu no travessão, em chute de Giménez.
O empate não servia para nenhum dos dois, mas era o time equatoriano que continuava tendo mais presença no ataque. No entanto, arriscava muitos chutes de fora da área e poucas oportunidades claras eram criadas. Aos 41, o Olimpia teve boa chance: Marín bateu falta com muito perigo, a bola tocou na rede pelo lado de fora. Muita gente no estádio gritou gol. Um minuto depois, o Emelec virou a partida: De Jesús rolou para Mena bater forte, marcar e comemorar tirando a camisa.
A classificação surpreendente do time equatoriano parecia encaminhada. Mas havia ainda muita emoção em campo: aos 46, Caballero chutou forte, a bola desviou em Zeballos e entrou no canto esquerdo de Dreer: 2 a 2. A esperança para a torcida do Olimpia voltou, porém foi o Emelec que marcou o terceiro, aos 47: após cobrança de escanteio, Luis Quiñonez subiu mais que a zaga do time paraguaio, fez o gol da classificação e partiu para os abraços, já sem camisa, enlouquecido.