Acidente com motocicletas e ciclomotores aumentou em 300%

Danielle Silva/Alagoas24Horas/ArquivoEd Wilson Sampaio, presidente do Sindicato dos Mototaxistas e Motoboys de Alagoas

Ed Wilson Sampaio, presidente do Sindicato dos Mototaxistas e Motoboys de Alagoas

Os acidentes de trânsito envolvendo veículos ciclomotores e motocicletas apresentaram um aumento, segundo estatísticas do Hospital Geral do Estado (HGE), de mais de 300%, entre os anos de 2003 e 2011, e nos primeiros dois meses de 2012 foram registrados mais de 655 acidentes. Os dados vêm sendo discutidos e confrontados pelo Comitê para Redução da Morbimortalidade por Acidentes de Trânsito de Alagoas, coordenado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e apresentados na reunião de trabalho na manhã desta quarta-feira, dia 10.

Segundo os dados comparativos de acidentes de trânsito, do serviço de arquivo médico e estatísticos do Hospital Geral do Estado, os acidentes com motocicletas vêm aumentando consideravelmente. De acordo com os dados, em 2003 foram registrados 945 casos e em 2004 houve um aumento de mais de 158%, sendo registrados 1.502 casos e em 2011 mais de 2.800 acidentes com motociclistas.

Mesmo diante das estatísticas apresentadas, os órgãos fiscalizadores não delimitaram ainda as responsabilidades e a Polícia Militar de Alagoas tenta criar uma Central de Informações Unificadas visando facilitar o trabalho do Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), que segundo o coronel Cleydson Vilar, do Comando Geral da PM, as únicas estatísticas oficiais de acidentes envolvendo motocicletas são oriundos do HGE.

“Hoje, nós temos uma grande dificuldade, sabemos que tem um aumento significativo de acidentes envolvendo motonetas (conhecidas como cinquentinhas), motocicletas de baixa e grande cilindradas, mas o BPTran tem um grande trabalho em identificar, pois quando há acidentes quem realiza o socorro não repassa as informações qual foi o veículo, modelo, placa, deixando para o Hospital Geral a responsabilidade de repassar apenas que houve um acidente com moto”, destacou o militar, enfatizando que um dos fatores que favorece o acidente de ciclomotores é a facilidade da compra.

Já o coordenador do Comitê, Eloy Yanes, destaca que o vilão não é a motocicleta, mas os condutores que não têm a responsabilidade de conduzir um veículo. “Temos que entender que não é a moto que é responsável pelo acidente, mas os motociclistas que apressados não respeitam a sinalização, não têm cuidado com a própria vida ou com as demais, muito menos não tem proteção para si”, enfatizou, relatando que hoje os acidentes com motocicletas e ciclomotores podem ser considerados como uma epidemia e um problema de saúde pública.

Ainda segundo ele, o que se faz necessário é uma educação de trânsito e que haja uma união entre os órgãos de fiscalização, tanto municipal quanto estadual, para que possa orientar, principalmente, os que dependem do veículo para trabalhar, que segundo ele é o grande responsável pelo aumento da estatística.

Contrariando a afirmativa, o presidente do Sindicato dos Mototaxistas e Motoboys de Alagoas, Ed Wilson Sampaio, destaca que não há dados que comprovem o envolvimento de mototaxistas e motoboys. “O que há na verdade é uma generalização, só porque é motociclista está no ‘bolo’ e já é considerado mototaxista”, disse.

Motonetas ou cinquentinhas

Tema de vários debates, entre eles na Câmara Municipal de Maceió (CMM), as motonetas, ou famosas cinquentinhas, vêm sendo entrave de discussão. Considerado como um veículo econômico e que, no imaginário popular, não necessita de Autorização para Conduzir Ciclo Motor (ACC), as cinquentinhas vêm causando uma falta de ajuste entre os órgãos de trânsito.

Segundo Audinete Dantas, coordenadora do Departamento de Educação de Trânsito da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), a grande dificuldade é o reduzido número do efetivo de guardas municipais e a falta de estrutura do órgão na fiscalização. Ainda segundo ela, foi feita uma parceria com o Detran para que houvesse uma fiscalização ostensiva, de acordo com ela, não vem sendo cumprida.

Já o Comando Geral da PM destaca que a responsabilidade de fiscalização das cinquentinhas é do município, mas mesmo assim ele destaca que há dificuldades no trabalho da polícia em intensificar alguns crimes cometidos pelos condutores. “Não há uma legislação específica, o que impede a nossa polícia de combater alguns crimes, cito como exemplo ultrapassar o sinal vermelho e andar sem capacete, nos privando o poder de fiscalizar, porém, o Estado passou a responsabilidade para o município”, concluiu.

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