‘Nunca tinha visto um corpo assim’, diz legista do caso Yoki

ReproduçãoMarcos Kitano Matsunaga, executivo-chefe da fabricante de alimentos Yoki, foi morto no final de maio

Marcos Kitano Matsunaga, executivo-chefe da fabricante de alimentos Yoki, foi morto no final de maio

O médico-legista que examinou o corpo do diretor-executivo da Yoki, Marcos Matsunaga, que teria sido assassinado e esquartejado pela própria mulher, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que em toda sua carreira nunca tinha se deparado com um corpo igual ao da vítima. "Nunca tinha examinado um corpo como o desse moço. Já fiz necropsias em vítimas de acidentes de trem, de carro, sempre muito mutiladas, mas nunca como nesse caso. Não consigo explicar como as partes do corpo estavam num estado de conservação que podemos considerar bom", afirmou o médico.

Foi Jorge Pereira de Oliveira, 64 anos, quem desmentiu a mulher do executivo, Elize Matsunaga, que havia afirmado que esperou dez horas até cortar o corpo do marido. Segundo perícia feita pelo médico, a cabeça e o braço do executivo foram arrancados com ele ainda vivo. "Até agora, o braço direito da vítima não foi encontrado. Porém, de todas as outras partes achadas, apenas o braço esquerdo apresentava estado avançado de putrefação. Todas as outras estavam num estado de conservação muito bom e não foi possível explicar o motivo", afirmou o legista. Outra versão de Elize contestada pelo laudo foi a de que ela teria atirado no marido quando ele ainda estava de pé. No entanto, a perícia apontou que o disparo foi feito de um plano mais alto que Marcos estava. A hipótese é de que ele podia estar de joelhos, sentado ou até mesmo deitado.

Empresário é esquartejado

Executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo apuração inicial, o empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado. Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, 38 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho. Ela e Matsunaga eram casados há três anos e têm uma filha de 1 ano. O empresário era pai também de um filho de 3 anos, fruto de relacionamento anterior.

De acordo com as investigações, no dia 19 de maio, a vítima entrou no apartamento do casal, na zona oeste da capital paulista e, a partir daí, as câmeras do prédio não mais registram a sua saída. No dia seguinte, a mulher aparece saindo do edifício com malas e, quando retornou, estava sem a bagagem. Durante perícia no apartamento, foram encontrados sacos da mesma cor dos utilizados para colocar as partes do corpo esquartejado do executivo. Além disso, Elize doou três armas do marido à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo antes de ser presa. Uma das armas tinha calibre 380, o mesmo do tiro que matou o empresário.

Em depoimento dois dias depois de ser presa, Elize confessou ter matado e esquartejado o marido em um banheiro do apartamento do casal. Ela disse ter descoberto uma traição do empresário e que, durante uma discussão, foi agredida. A mulher ressaltou ter agido sozinha. No dia 19 de junho, o juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri no Fórum da Barra Funda, aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo e decretou a prisão preventiva da acusada

Fonte: Terra

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