O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi enfático ao cobrar a participação de todos os poderes constituídos para garantir o sucesso do Plano Brasil Mais Seguro, lançado na manhã desta quarta, 27, no Centro de Convenções de Maceió. Cardozo disse que é preciso acabar com o ‘hábito’ da política brasileira de transferir responsabilidades. “Chega de dizer que não faz porque a responsabilidade é governo estadual, federal ou municipal. Temos que ser maiores do que os nossos desafios e problemas que enfrentamos”.
O ministro informou, inclusive, que Alagoas foi escolhido como estado para implantação do projeto piloto como demonstração de uma ação suprapartidária, uma vez que a presidente Dilma Roussef e o próprio ministro integram os quadros do PT, enquanto o chefe do executivo alagoano pertence ao PSDB.
Cardozo voltou a destacar que Alagoas é o estado mais violento do país considerando o número de homicídios, mas que o engajamento de todos os setores, inclusive Tribunal de Justiça e Ministério Público (na agilização dos julgamentos) deverá reverter esta situação. “Todos os segmentos políticos disseram sim a este plano”, reforçou o ministro.
José Eduardo Cardozo disse que o projeto é denominado piloto não por ser uma cobaia, mas por reunir todas as medidas implantadas com sucesso em várias unidades da federação, como Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande Sul.
O ministro disse, ainda, que não poderia detalhar o plano, mas assegurou os recursos federais, com ‘forte contrapartida do Estado’, além da atuação efetiva da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional nas ações de combate ao crime organizado. “Nós vamos derrotá-lo (crime organizado)”.
À sociedade alagoana caberá, segundo o ministro, a participação no processo de desarmamento. “Arma não é defesa, arma é um perigo, por isso precisamos que a população se engaje no processo de destruição dessas armas”, conclamou Cardozo.
De forma superficial, o ministro anunciou a implantação do policiamento de aproximação, que prevê a instalação de videomonitoramento em áreas críticas, gerenciadas por um centro de comando. Cardozo garantiu a permanência dos agentes da Força Nacional até a realização do concurso público para os integrantes da área de segurança pública, além de aparelhamento da perícia oficial e a implantação da Delegacia de Homicídios. O ministro, no entanto, reconheceu que a violência não se acaba com uma varinha mágica e que as medidas dão início a uma ‘cultura de paz’.