Gestantes voltam a ser atendidas nos corredores da Santa Mônica

Railton Teixeira

Alagoas24horasGestantes de risco são atendidas nos corredores da Santa Mônica

Gestantes de risco são atendidas nos corredores da Santa Mônica

Mais uma vez a situação se repete e dezenas de gestantes de baixo e médio risco aguardam a liberação de leitos para terem seus bebês no Hospital Escola Santa Mônica. Enquanto esperam, as gestantes em trabalho de parto são atendidas e medicadas nos corredores da unidade hospitalar.

O Hospital Escola Santa Mônica, localizado no Poço, em Maceió, possui 100 leitos, deles 75 são obstetrícia e é administrada pelo Estado e Município. A unidade é especializada no Estado em atender gestantes de alto risco pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A reportagem do Alagoas24horas esteve no local – na manhã deste sábado (22) – e constatou que pelo menos 20 gestantes ocupam os corredores. As gestantes são medicadas no próprio local, que segundo a enfermaria, “é para que as pacientes segurem durante horas o trabalho de parto”.

Apenas três médicos fazem o plantão no final de semana e desde a madrugada, segundo eles, não param de chegar mulheres em trabalho de parto.

“Os médicos ficam desesperados, fazendo o máximo possível para salvar a vida das pacientes”, contou aflita a funcionária pública Joelma Mendes que acompanha desde as primeiras horas da madrugada sua filha de 16 anos – gestante de nove meses – ser atendida.

“É vergonhosa esta situação, não tenho para onde levá-la, já que aqui é o único local que atende as gestantes de alto risco”, compartilhou um pouco de seu desespero, relatando ainda que sua filha também foi medicada e espera o atendimento médico.

Enquanto esperava atendimento, uma paciente que não quis ser identificada, concluiu o seu trabalho de parto em um colchão no corredor do hospital. “Estou bem e o meu bebê também, agora é vergonhoso ter o meu filho no chão, meu Deus que humilhação”, contou desesperada.

Além disso o local onde as gestantes e a criança recém-nascida se encontra é apertado e sujo de sangue que, segundo Joelma, muitas pacientes estão com medo de contrair alguma bactéria que possa trazer maiores consequências para suas vidas e dos recém-nascidos.

“Há pouco um senhor se desesperou após receber a notícia de que seu filho havia morrido e nem chegou a nascer. Tememos é isso, pela vida da mãe e da criança, até quando vamos viver numa situação desta”, concluiu.

A superlotação ocorre devido ao atendimento de pacientes de baixo risco que não conseguiram atendimento nas maternidades credenciadas ao município para prestar esse tipo de atendimento. Este fato que se repete há algum tempo compromete o serviço como um todo, pois a equipe na Santa Mônica é escalada para suprir os atendimentos de alto risco, e é obvio que quando essa demanda aumenta três, quatro vezes fica impossível prover o atendimento adequado.

Outro fator, é que se a paciente de baixo risco tivesse o atendimento nessas maternidades credenciadas para atendê-las, elas não teriam problemas, porém, após passar tanto tempo peregrinando, essas pacientes podem sim se tornar pacientes de risco, e esses riscos podem ser tanto para a mãe quanto para o bebê, pois devido ao fluxo intenso, as salas de parto ficam ocupadas, os leitos lotados e as pacientes no chão, sem falar que o número de profissionais não supre o atendimento que era pra ser feito por mais cinco maternidades.

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