Genoino anuncia saída do governo federal após condenação no STF

Roney Domingos/ G1Genoíno leu carta em que diz que STF errou e transformou 'ficção em realidade'

Genoíno leu carta em que diz que STF errou e transformou ‘ficção em realidade’

O ex-presidente do PT, José Genoino, anunciou nesta quarta-feira (10) a saída do governo federal após ser condenado na terça-feira (9) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes. Não me envergonho de nada. Continuarei a lutar com todas as minhas forças por um Brasil melhor, mais justo e soberano, como sempre fiz", disse, ao ler carta em pronunciamento. Genoino era assessor especial do ministro da Defesa, Celso Amorim.

Genoino foi condenado no Supremo nesta terça (8) pela maioria dos ministros (6 votos a 1) por corrupção ativa (oferecer vantagem indevida). A pena ainda deverá ser definida pela Corte ao fim do julgamento do mensalão.

A entrega do cargo foi publicada na edição desta quarta pelo jornal "Folha de S.Paulo".

A leitura da carta ocorreu no diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), onde representantes se reúnem desde manhã desta quarta-feira (10), em São Paulo, para discutir a conjuntura nacional e o posicionamento da legenda no segundo turno das eleições municipais no país.

“Estou indignado. Uma injustiça monumental foi cometida! A Corte errou. A Corte foi, sobretudo, injusta, condenou um inocente." Genoino não deu entrevista aos jornalistas. Além de ter feito a leitura para a imprensa, ele também leu o texto no plenário da reunião e foi aplaudido pelos correligionários.

Em sua defesa, Genoino afirmou que sua condenação foi baseada na "teoria do domínio funcional do fato". "(Ela) se transformou na tirania da hipótese pré-estabelecida, construi-se uma acusação escabrosa que pôde prescindir de evidências, testemunhas e provas", afirmou.

Encontro do PT
A reunião, segundo a assessoria do PT, já estava convocada antes mesmo da condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na terça (9), do ex-ministro José Dirceu, do ex-presidente do partido José Genoíno e do ex-tesoureiro Delúbio Soares por corrupção ativa.

Por volta das 10h40, já haviam chegado à sede do partido, no Centro da capital paulista, José Genoíno, o senador Humberto Costa (PT-PE), e o presidente da legenda, Rui Falcão. Era aguardada a chegada do ex-ministro José Dirceu, que é membro do diretório nacional do PT.

Segundo a assessoria de imprensa do PT, não estava prevista nenhuma moção de desagravo aos petistas condenados pelo STF nesta terça-feira.

Condenação
Nesta terça-feira, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi condenado por corrupção ativa pelo STF, por seis votos a dois. Os ministros da maior Corte do país concluíram que ele comandou o esquema de votos de apoios políticos no Congresso com uso de dinheiro público. Ainda falta o voto de dois ministros. O ex-ministro também será julgado pelo crime de formação de quadrilha, onde é apontado como “chefe da quadrilha” pela acusação.

Também foram condenados o ex-presidente do PT José Genoino, apontado como o articulador do esquema, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, que seria o operador do mensalão, e o grupo do empresário Marcos Valério, que alimentava o mensalão através das agências de publicidade. O crime de corrupção ativa prevê pena de dois a 12 anos de prisão. As penas só serão definidas pelos ministros do STF após o fim do julgamento.

Ao todo, 25 dos 37 réus do processo do mensalão já sofreram condenações na análise de cinco itens: desvio de recursos públicos, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, corrupção entre partidos da base e corrupção ativa.

Fonte: G1

Veja Mais

Deixe um comentário