Moradores atingidos por rodízio da Casal migram para serviço particular

Alagoas24 HorasCrianças brincam no local

Crianças brincam no local

O rodízio no abastecimento de água adotado desde o dia 28 de novembro pela Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) na parte alta de Maceió foi considerado, sem trocadilhos, ‘a gota d´água’ para que alguns moradores do Clima Bom, um dos bairros afetados, aderissem de vez aos poços artesianos particulares instalados na região.

A comerciante Maria José, de 65 anos, residente na Travessa São José, contou à reportagem do Alagoas24horas que, embora pague uma fatura de cerca de R$ 50 mensalmente à Casal, a água não chega às torneiras. Segundo ela, o problema é antigo, mas, piorou com o racionamento: “A água só sobe de 10 a 20 cm do chão e nem a bomba que tenho em casa consegue puxá-la mais”, lamenta a comerciante.

Maria José disse que irá cancelar sua conta na Casal e abrir um cadastro para receber água de um dos seis poços artesianos particulares espalhados pelo bairro. Segundo ela, o serviço custará R$ 35 por mês e atenderá toda a residência, inclusive o primeiro andar.

O presidente da Associação de Moradores do Clima Bom, Joaquim Noberto Neto, o “Jota”, disse que a precariedade no abastecimento de água na região é antiga, segundo ele, devido ao longo percurso feito pela água que sai da barragem do Catolé: “A água segue pela mata, abastece o Cidade Universitária, Forene, Feirinha do Tabuleiro e só então chega, já sem força, ao Clima Bom”.

Jota disse que a Associação cobrou inúmeras vezes a solução do problema, seja por meio da construção de poços artesianos pela Casal ou da mudança para o Sistema Pratagy, mas, os pleitos não foram atendidos pela companhia.

“O bairro conta com alguns poços artesianos da Casal, mas, eles só atendem um ou dois conjuntos pequenos, isoladamente. Já os poços particulares chegam a jorrar mais de 60 mil litros de água por hora, o suficiente para abastecer a região. Por isso é crescente a onda de moradores migrando dos serviços da companhia para os poços particulares”, frisou.

O presidente relatou ainda que são constantes as reclamações recebidas pela Associação acerca de cobranças supostamente indevidas pela Companhia de Saneamento: “A Casal não oferece serviço de qualidade e chega a emitir faturas no valor de R$ 2 mil”, afirmou.

Além do problema do desabastecimento, os moradores também criticaram o fato de estar vazando água há dias de uma suposta obra realizada pela Companhia, localizada na Travessa São Luis. O local, que fica próximo a uma rede de esgoto, se transformou em espaço para diversão de crianças e motivo de revolta da comunidade.

Em contato com a assessoria de Comunicação e a Supervisão da Unidade do Benedito Bentes da Casal, a reportagem foi informada que o vazamento será verificado – in loco – nesta terça-feira, 11.

Em relação ao sistema de rodízio na parte alta da cidade, a imprensa já havia sido informada que ele ocorre devido a redução do volume de água da barragem do Catolé causada pela falta de chuva. O rodízio será mantido até que o nível da barragem volte ao normal.

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