Um em cada cinco brasileiros inadimplentes têm alguma fatura não paga no cartão de crédito, mostra um estudo encomendado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) sobre o perfil e o planejamento das finanças pessoais.
Segundo a pesquisa, 38% dos entrevistados com contas atrasadas possuem alguma fatura não liquidada no cartão de crédito, sendo que 82% deles afirmam que essas contas estão atrasadas há mais de 90 dias.
Segundo o SPC, 93% dos consumidores adimplentes se organizam e conseguem pagar 100% do valor das faturas na data do vencimento e 24% dos consumidores inadimplentes optam pelo chamado “crédito rotativo”, em que pagam apenas o valor mínimo da parcela.
Entre os inadimplentes, 85% pagam somente uma parte da fatura cobrada pelo cartão de crédito e admitem não ter conhecimento sobre a taxa de juros cobrada por esse tipo de financiamento.
A pesquisa sobre o perfil dos inadimplentes foi realizada em todas as capitais brasileiras com 1.277 entrevistados, e tem margem de erro de até 4% e intervalo de confiança de 95%.
Orientações
Para o SPC Brasil, apesar da praticidade, o uso não planejado do cartão em compras parceladas pode gerar efeito “bola de neve” e é preciso controle para não gastar mais do que efetivamente tem para usufruir das vantagens de um cartão de crédito.
“O cartão de crédito trouxe conveniência e segurança porque viabiliza o poder imediato de compra, mesmo que o consumidor não disponha de dinheiro no momento do uso, mas é necessário aprender a usá-lo corretamente para evitar contratempos”, diz Ana Paula Bastos, economista do SPC Brasil.
O SPC orienta os utilizadores a compreender os mecanismos de funcionamento da cobrança do cartão de crédito e aponta como um dos maiores problemas a compra parcelada sem o pagamento do valor total da fatura, o que gera altas taxas de juros.
“É um caminho complicado de sair. Antes de optar por uma forma de pagamento, é recomendável avaliar as vantagens e desvantagens, calculando os juros do período para o saldo devedor, uma vez que eles incidirão sobre o que for financiado”, alerta a economista Ana Paula.