Uma tarde de alegria e muitas cores. O melhor da arte popular nordestina estava presente: artesanato, música e vídeo. Um momento para turista nenhum colocar defeito. Assim foi a quinta-feira (7) no Memorial à República, em Jaraguá.
Em uma parceria entre a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e a Galeria Karandash, a tarde festiva teve a finalidade de inaugurar a exposição Os Criativos Populares da Arte Popular em Alagoas e lançar o documentário Clarisse: Um patrimônio vivo de Alagoas. Para dar ritmo à festa, nada melhor do que a boa música nordestina de Chau do Pife, um dos mais respeitados mestres da música no Estado.
“A Arte popular é o que nós temos de mais genuíno. É a alma de um povo. De acordo com pessoas que trabalham com artes nos grandes centros do país, Alagoas tem umas das melhores representações do Brasil. O governo do Estado tem feito um esforço para valorizar este trabalho”, afirmou o secretário adjunto da Cultura, Álvaro Vasconcelos.
Presente no evento, fazendo renda, estava Clarisse Severiano dos Santos. A famosa Dona Clarisse é mestra rendeira reconhecida como Patrimônio Vivo de Alagoas em 2008. Ainda ligeira no tilintar da madeira, a senhora de 75 anos é daquelas pessoas que encantam. Conversa o tempo todo e insiste em dizer que não é difícil aprender a renda de bilro.
“Faço renda desde garota. Em São Sebastião as meninas aprendem a rendar quando ainda estão no ventre das mães. No entanto, hoje muitas só querem trabalhar fora, por conta dos salários fixos. Com o bilro a gente ganha pouco. Mas graças a Deus recebo a bolsa de incentivo do Estado. Foi com este dinheiro que terminei a reforma da casa”, disse a alegre rendeira.
No documentário feito no município de São Sebastião, também aparecem filha e neta da rendeira. Uma maneira de mostrar que é este o espírito dos artesãos: passar para os mais novos os ensinamentos adquiridos ao longo da vida.
O vídeo está à venda (R$ 15) no Memorial à República. A exposição Os Criativos Populares da Arte Popular em Alagoas segue até o dia 15 de fevereiro com trabalhos de mais de 15 artistas. As peças são esculturas em madeira de vários tamanhos e formatos, mas com uma coisa em comum: a genuinidade alagoana.