O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), se adiantou à decisão do partido ao qual faz parte e já declarou apoio ao ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) na disputa pelo Palácio República dos Palmares. Lessa é nome dos opositores – que compõem a autodenominada Frente Popular – na disputa contra o atual governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), que deve sair para a reeleição.
Desde que Almeida anunciou que não participará das eleições deste ano como candidato, o PP adotou uma postura de neutralidade, pelo menos por enquanto. O deputado federal e presidente estadual da legenda, Benedito de Lira (PP), avalia que o partido “tem que ser tratado como grande” e que vai buscar seu espaço. Lira coloca que neste momento está “equidistante” das forças políticas.
No entanto, Cícero Almeida – que concedeu entrevista à imprensa durante assinatura da ordem de serviço da via que liga a Via Expressa ao Village Campestre, na manhã de hoje, 8 – disse que apoia Ronaldo Lessa, mas cobrou que os integrantes do chapão de oposição “não pulem de palanque” no decorrer do processo.
“Se o ex-governador conseguir manter o grupo unido, estamos juntos. Se no meio do caminho houver contratempos e cada um seguir para um lado, eu também poderei mudar, inclusive posso ficar neutro”, colocou Cícero Almeida.
Desde que foi anunciado, uma das principais interrogações feitas ao chapão, nos bastidores e em coletivas é sobre a força da união do grupo que congrega ex-adversários históricos da política alagoana, como é o caso do próprio Ronaldo Lessa e o senador Fernando Collor de Mello (PTB), que foram rivais em diversas eleições passadas, incluindo 2006, quando ambos disputaram o Senado Federal, e Collor se sagrou vitorioso.
As “ranhuras” da Frente Popular não param por aí. Há também a parceria histórica entre o senador Renan Calheiros (PMDB) e Teotonio Vilela Filho. Porém, Calheiros afirma categoricamente que agora é oposição. Na última coletiva, Ronaldo Lessa disse acreditar na unidade do grupo.
Desistência
Almeida voltou a falar também de sua desistência, na manhã desta segunda-feira, dia 8. “A decisão foi minha. Estão dizendo por aí que eu fui pressionado, mas não é verdade. Ao contrário, eu fui incentivado por muitos a sair candidato. Se eu tiver que ser governador, serei sem atropelar ninguém. Mas, agora esta decisão foi pessoal e a responsabilidade dela é só minha. Eu procurei conversar com pessoas ligadas a mim, mas tomei a decisão”, colocou.
O prefeito disse ainda desconhecer quais os rumos que serão tomados pelo PP. De acordo com ele, a pergunta cabe apenas ao deputado federal Benedito de Lira, que é pré-candidato ao Senado Federal. “Não tive contato político com ele desde a sexta-feira passada. Agora sou telespectador e ouvinte”, colocou o prefeito.
Cícero Almeida negou ainda que o processo de discussões políticas vivenciadas no final do ano passado e no início de 2010 tenha prejudicado ações da Prefeitura. “É claro que não! Ninguém parou de trabalhar. O processo político tramitou paralelamente. Há canteiros de obras em todos os bairros, Santos Dumont, Jatiúca e outros”, colocou.
O prefeito frisou inclusive a pavimentação e drenagem da via que liga a Via Expressa (BR-316), ao Conjunto Village Campestre, que visitou na manhã de hoje. Almeida ressaltou ainda as obras da Vila Olímpica, destacando que a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer deve funcionar futuramente no local, além de outras ações na Grota da Alegria.