O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de Alagoas melhorou em 2009 em comparação com o ano de 2007 e superou as metas estipuladas até 2013 pelo Ministério da Educação (MEC). Mesmo assim, o Ideb de Alagoas – que representa o resultado da avaliação das escolas públicas do Estado, dos municípios e particulares – continua entre os mais baixos do país.
Para a gerente de avaliação do sistema educacional da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE), Maria de Fátima Santos de Lima, houve um crescimento horizontal, mas esse crescimento ainda não foi suficiente para melhorar a posição de Alagoas em comparação com outros estados.
“Por maior que tenha sido esse crescimento nos últimos quatro anos, o avanço registrado até então ainda é muito tímido e não conseguiu melhorar a posição de Alagoas no ranking nacional, porque o índice do Estado já era muito baixo em 2005, quando o MEC começou a avaliar o desempenho das escolas do ensino básico do país”, explicou Maria de Fátima.
“Com isso, mesmo superando as metas estabelecidas pelo MEC para 2009, 2011 e 2013, em alguns pontos, a nota de Alagoas continua baixa por conta dessa base inicial, que já estava muito aquém dos outros estados”, acrescentou.
De acordo com o Ideb de 2009, divulgado pelo MEC no início do mês, Alagoas ocupa o penúltimo lugar na avaliação das séries iniciais (até a 4ª série/5º ano) e no ensino médio, mas continua em último lugar no ensino fundamental regular (da 5ª a 8ª série/6º ao 9º ano). Mesmo assim, em todos os três níveis foram registrados crescimentos.
No ensino fundamental, até a 4ª série/5º ano, a nota de Alagoas passou de 2,5 em 2005 para 3,7 em 2009, e superou a meta de 2,9, estabelecida para o ano passado, em 0,8 pontos. Nos anos finais, da 5ª a 8ª série/6º ao 9º ano, a nota em 2005 era de 2,4 e pulou para 2,9 em 2009, superando a meta de 2,6 estabelecida para o ano passado em 0,3 pontos.
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Maria de Fátima explica como Ideb obtém seus números
Na avaliação do ensino médio, o desempenho do Estado no Ideb não foi diferente. Houve uma melhora na qualidade de ensino, mas o crescimento ainda foi muito pequeno para tirar Alagoas do penúltimo lugar, perdendo apenas para o Estado do Pará, na região Norte do país.
Em 2005, a nota do ensino médio alagoano era 3,0. Em 2009, essa nota passou para 3,1, atingindo a meta estabelecida pelo MEC para aquele ano. “É possível que o Ideb de 2011 melhore a partir das ações desenvolvidas pelo Programa Geração Saber, que vem implantando a gestão compartilhada entre as escolas do Estado e da rede municipal de ensino”, avaliou Maria de Fátima.
Para a gerente de avaliação da SEE, a crise da educação é não exclusividade de Alagoas. “Todos os estados estão passando por essa crise, que a bem da verdade é mundial, mas que é mais sentida nos países em desenvolvimento, onde o ensino historicamente sempre esteve muito aquém do ideal”, observou Maria de Fátima.
A técnica em avaliação afirmou ainda os dados do Ideb precisam ser apresentados por inteiro, para evitar distorções. “Não dá para dizer que a culpa pela posição de Alagoas no ranking nacional é do governo do Estado, porque cerca de 75% das escolas avaliadas são de responsabilidade dos municípios, além disso as escolas particulares também são avaliadas”, destacou Maria de Fátima.
“Por isso, temos que analisar o ensino como um todo e ver quais os pontos críticos para que possamos encontrar soluções e superar as deficiências que prejudicam o desempenho de Alagoas, em comparação com outros estados”, acrescentou.
Maria de Fátima disse ainda que o Ideb de Alagoas é resultado de uma amostragem de escolas, não reflete o número total de estabelecimentos de ensino da rede pública e privada. De acordo com informações do MEC, foram avaliadas 149 escolas do ensino fundamental até o 5º ano e 180 escolas até o 9º ano. O número de escolas do ensino médio avaliadas não é divulgado.
“No geral, as notas obtidas nas três etapas de ensino superam as metas de progressão estabelecidas para 2009 e estão acima das projeções para 2011 e 2013. Por isso, com as ações do Programa Geração Saber, é possível que Alagoas ultrapasse o patamar estabelecido pra 2021 muito antes do prazo estabelecido pelo MEC”, falou.
