Um mês após as enchentes que causaram morte e destruição em municípios de Alagoas e Pernambuco, as vítimas da catástrofe continuam sofrendo com a falta moradia, emprego e renda, além das condições precárias de sobrevivência nos abrigos improvisados. São famílias residentes nas 15 cidades que decretaram estado de calamidade pública, cuja reconstrução depende do poder público. Segundo dados da Defesa Civil de Alagoas, as enchentes provocaram a morte de 37 pessoas, deixaram mais de 40 mil desalojados e 27 mil desabrigados no Estado.
De acordo com a assessoria de comunicação do governo, as vítimas das enchentes continuam necessitando de donativos. Alimentos, roupas, agasalhos, material de limpeza e higiene pessoal são enviados todos os dias aos municípios atingidos e distribuídos pelas equipes do Exército com o apoio da Defesa Civil e da Força Nacional, que se encontra nessas localidades para garantir a segurança à população.
A assessoria de comunicação reforça que o governo necessita de voluntários, profissionais das mais diversas áreas para auxiliar na reconstrução das cidades, além de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem que possam atuar nas unidades móveis de saúde. Para se tornar um voluntário, basta se cadastrar no site SOS Alagoas.
A página sosalagoas.al.gov.br foi criada para facilitar o acesso doações, informações sobre as enchentes e arregimentar voluntários. Na página é possível saber, por exemplo, quais as maiores necessidades de cada município atingido:
Branquinha (colchões e roupas); Capela (colchões, lençóis, fogões e produtos de higiene pessoal e roupas p/crianças); Cajueiro: (colchões); Murici (colchões, produtos de limpeza e calçados); Paulo Jacinto (colchões, cobertores, enlatados, kits de higiene pessoal, botijões de gás); Quebrangulo (colchões, lençóis, medicamentos, água potável, GLP, material de limpeza, fralda geriátrica); Rio Largo (produtos de limpeza e de higiene pessoal); Santana do Mundaú (produtos de limpeza e botas); São José da Laje (colchões, produtos de limpeza e artigos femininos – higiene íntima); União dos Palmares (Colchões, produtos de limpeza e higiene pessoal, fraldas, roupas e roupas de cama); e Viçosa (calçados, cobertores, colchões).
Abrigos
Os primeiros abrigos provisórios foram instalados em União dos Palmares, e Murici. O terceiro a receber a nova moradia será o município de Branquinha. Ao invés de galpões, as famílias desabrigadas receberam barracas localizadas em locais que passaram por um estudo topográfico e geológico do Serviço de Geologia do Brasil. A ideia é garantir que a área escolhida para a instalação das barracas seja segura, e que posteriormente seja utilizada para a construção das casas.
No total, foram doadas 9800 barracas, sendo cinco mil doadas pelo Estado, quatro mil pela Defesa Civil e 800 pelo Rotary Club, uma ONG inglesa. As barracas são confeccionadas com material impermeável e resistente às chamas. Além disso, as famílias receberam material escolar, mosquiteiros, colchonetes, purificador de ar, cordas, ferramentas e utensílios para o transporte e armazenamento de água.
Apesar de ser um dos municípios mais atingidos pelas enchentes, Santana do Mundaú ainda possui abrigos provisórios. A primeira cédula de abrigos deverá ser instalada somente agora. A assessoria de comunicação do Governo explicou que a instalação dependia da escolha e estudo detalhado do terreno, além da sua estruturação, o que já está sendo providenciado. Ainda segundo a assessoria, o governo desapropriou um terreno de 60 hectares, localizado na Fazenda Juçara, a três quilômetros do Centro da cidade.