Uma comissão formada por três promotores de Justiça investiga as denúncias de desvio de donativos para as vítimas das enchentes em Alagoas. O caso corria sob segredo de Justiça e foi divulgado com exclusivamente pelo Blog do Odilon, no Alagoas 24 Horas. Os promotores têm ainda a missão de aumentar a ‘burocracia’ acerca das doações para evitar novos casos de desvios.
Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira, dia 21, a promotora da Fazenda Pública Estadual, Cecília Canaúba, confirmou que três pessoas já foram ouvidas no Ministério Público Estado relativo ao assunto. A comissão que investiga o caso é formada pelos promotores Flávio Gomes, Cecília Carnaúba e Micheline Tenório.
Carbaúba não adiantou nomes de suspeitos, mas diferente do secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, disse que mais de três oficiais do Corpo de Bombeiros estão sendo investigados. Segundo ela, estariam sendo investigados, além de um soldado, um capitão e um tenente, militares com patentes superiores, entre eles um coronel.
Questionada se haveria um esquema de desvio de doações, a promotora informou que até o momento a denúncia é de que as doações seriam para benefício próprio e não teriam ligação com as eleições. “Estamos em fase de coleta de informações, ainda não há como apontar o montante levado, nem quem estaria envolvido”, explicou.
Quanto à ida de um deputado federal até o galpão no momento do flagrante de um soldado desviando sandálias num galpão no Barro Duro e seu suposto envolvimento no caso, a promotora disse que esta informação não chegou ao Ministério Público e lembrou que cabe ao Ministério Público Federal investigar membros do legislativo federal.
“É uma denúncia de extrema gravidade. Estamos iniciando a investigação, mas até o momento o Ministério Público não vê a necessidade de solicitar a prisão dos investigados. Além da investigação, vamos adotar medidas para mudar completamente os procedimentos de doação. Vamos instituir mais burocracia na recepção e distribuição das doações”, ressaltou Carnaúba.
Cecília Carnaúba disse ainda que não há denúncia sobre desvio de doações em dinheiro. “As contas são extremamente seguras e são fiscalizadas permanentemente. O desvio desses recursos é mais difícil uma vez que é para retirar o valor é preciso haver um projeto destinado às vítimas e ainda um plano de gastos”.