PC prende taxista acusado da morte de italiano

Ascom PCMadson Gomes Wanderley, 27

Madson Gomes Wanderley, 27

A Polícia Civil de Alagoas prendeu nesta quarta-feira (29) o taxista Madson Gomes Wanderley, 27 anos, conhecido como “Cabeça”, acusado de participação na morte do italiano Roberto Puppo, 42, ocorrido na noite de 26 de novembro passado, às margens da rodovia BR-424, próximo ao Pólo Cloroquímico, em Marechal Deodoro.

Madson confessa que levou o italiano e os envolvidos no crime até a rodovia, e confirma que parou o carro para verificar um pneu, ocasião em que a vítima foi morto, com quatro tiros, logo após descer do veículo. A arma, segundo ele, pertencia a Cosme Alves da Silva, segurança de eventos.

O assassinato, de acordo com as investigações, foi contratado por outro italiano – Fabio Bertola, suspeito de pertencer a uma organização criminosa internacional e que seria sócio da vítima em negócios na Itália.

As investigações, realizadas pela Delegacia Geral da Polícia Civil de Alagoas e pela Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), concluíram que Bertola planejou a execução do sócio, e esteve em Maceió entre os dias 24 e 31 de outubro para definir os detalhes da trama.

Durante esse período, o italiano fez contato com a mulher Vanúbia Soares da Silva, 30 anos, com quem mantinha um relacionamento amoroso há cinco anos, pagando R$ 2 mil para que ela providenciasse a execução de Puppo.

Também foi apurado que Vanúbia contratou Cosme para que este concretizasse o plano. O segurança, no entanto, preferiu chamar o adolescente J.M.V.S., de 17 anos, a fim de o mesmo matasse o italiano.

A polícia descobriu que a relação de Cosme com Vanúbia existia pelo fato do irmão dela, Paulo da Silva, atuar em práticas criminosas junto com o segurança de eventos. Ele seria o chefe do tráfico na região do Conjunto Joaquim Leão, no bairro do Vergel do Lago. Paulo foi, inclusive, um dos matadores do empresário e dono de churrascaria conhecido por “Bigode”.

Em depoimento, a mulher confirmou que na noite do crime apanhou o adolescente, no Joaquim Leão, e junto com o motorista se dirigiram até a praia de Jatiúca para encontrar com o italiano. De lá, todos rumaram em direção a Marechal Deodoro, entrando na rodovia BR-424, à altura do posto da Polícia Rodoviária Estadual.

Após rodarem alguns quilômetros por aquela estrada, o taxista simulou que havia problemas no pneu dianteiro, descendo do carro e abrindo o porta-malas.

O adolescente, também ouvido pela polícia, conta que foi o segundo a descer do veículo e que já havia recebido a arma do crime, das mãos de Vanúbia. Após descer do carro, ela teria pedido ao italiano que saísse para ajudar. Foi nesse momento que J.M.V.S. sacou a arma – um revólver, calibre 38 – e efetuou os quatro disparos contra a vítima – o primeiro nas costas, um na cabeça e outros dois quando Puppo já está caído.

Vanúbia relata que a motivação do crime seriam “probleminhas” havidos entre Fábio e a vítima, na cidade de Bergamo, na Itália, onde ambos tinham negócios em sociedade. Ela disse que conheceu Fábio, há cinco anos, na cidade de Natal (RN), e desde então passaram a ter um relacionamento amoroso, chegado a passar cerca de 40 dias em sua casa, na Itália, junto com familiares do italiano.

Segundo ela, Fábio não aparecia em Maceió há cerca de dois anos, mas lhe enviava mensalmente entre R$ 800 e R$ 1 mil. Em sua última vinda a capital alagoana, em outubro, Fábio lhe teria contado que havia entrado para uma “grande família” e que gostaria que ela fosse o “braço direito” dessa família em Alagoas, o que lhe possibilitaria uma grande ascensão econômica.

Vanúbia diz que Fábio ficou irritado quando ela lhe perguntou se essa família era a “máfia”, mas lhe presenteou com um amuleto em forma de dragão, idêntico a uma tatuagem que ele tem no braço. O amuleto em forma de dragão, segundo a polícia, é símbolo da chamada “máfia chinesa”. Ela afirma ter visto vários outros amuletos na pasta do italiano.

A mulher, acusada de intermediar a morte de Puppo, afirma ainda que Fábio lhe disse que a “grande família” da Itália estava pronta para se instalar em Alagoas, no próximo mês de janeiro, momento em que ela seria “batizada”, inclusive passando a ter também a tatuagem do dragão no corpo, passando assim a fazer parte dessa “família” e comandar vários negócios ilícitos no Estado. Para que isso se concretizasse, conforme Vanúbia, ela teria que intermediar o assassinato de quatro pessoas – a primeira delas foi, exatamente, a execução de Puppo.

Fonte: Ascom PC

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