O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PC do B-SP), tomará posse na tarde desta segunda-feira (31), em cerimônia no Palácio do Planalto.
Em entrevista ao G1 na última sexta (28), Rebelo disse que a demissão do antecessor, Orlando Silva, foi "uma conveniência" do governo. SIlva deixou o governo na semana passada, quase duas semanas depois de denúncia de suposto desvio de dinheiro na pasta.
Indagado se havia sido justa a demissão de Orlando Silva, o novo ministro respondeu: "Não há demissão justa ou injusta. O que há é uma conveniência do governo e da chefe do Poder Executivo no caso. E o ministro foi quem tomou iniciativa de pedir afastamento, porque achava que não podia impor ao governo a continuidade de uma crise para a qual não se encontrou solução à vista", declarou.
Para ele, o ministro Orlando Silva é "um homem capaz, preparado, honesto e que ainda terá grandes serviços a prestar ao PCdoB e ao país".
Copa
Rebelo afirmou que, no trabalho de organização da Copa do Mundo 2014 no Brasil, terá uma relação de "cooperação" com a CBF, e que não guarda "ressentimento", embora tenha sido presidente, em 2001, da CPI da CBF-Nike, que investigou os negócios da entidade máxima do futebol brasileiro.
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Aldo Rebelo defende meia-entrada, mas diz que seguirá governoSaiba por que Orlando Silva deixou o Ministério do Esporte"Não guardo nenhum tipo de ressentimento. A CPI não foi nenhum tipo de instrumento de vingança ou perseguição pessoal. O governo e o Ministério do Esporte vão trabalhar com a Fifa [Federação Internacional de Futebol] e a CBF [Confederação Brasileira de Futebol] principalmente no sistema de cooperação."
Segundo ele, a posição do governo nas negociações com Fifa e CBF será "firme", mas não de "confronto".
"Posição firme não significa confronto. Posição firme não significa afrontar instituições que também integram o esforço de construir a Copa do Mundo no Brasil", respondeu, ao ser indagado se o governo iria endurecer nas relações com a Fifa. "De César o que é de César e de Deus o que é de Deus. Da Fifa o que é da Fifa e do governo brasileiro o que é do governo brasileiro", disse.
Ele afirmou que as responsabilidades do governo são "instransferíveis". Se houver divergências nas negociações, segundo ele, serão analisadas e será adotada a "posição que corresponda aos interesses do país e da população brasileira".
Programa Segundo Tempo
De acordo com Rebelo, não haverá novos convênios do Programa Segundo Tempo entre Ministério do Esporte e ONGs, razão principal da crise que resultou na demissão de Orlando Silva.
Segundo ele, os convênios já existentes não serão renovados, mas ele afirmou que o programa, destinado a desenvolver atividades esportivas com crianças em comunidades carentes, terá continuidade.
"O Segundo Tempo, como programa, continuará existindo porque é um programa muito importante do governo e do ministério. Agora, nós vamos procurar celebrar esses convênios com entes públicos, principalmente com prefeituras", afirmou o ministro.