Após 18 dias de ocupação, a busca por armas e drogas continua na favela da Rocinha. Porém, o que a polícia apreendeu dessa vez, de novo ajudada por denúncias de moradores, foram porcos, que pertenceriam ao traficante Nem, preso quando tentava deixar a comunidade.
Segundo os moradores, os animais eram usados pelo tráfico da Rocinha para intimidar inimigos e delatores. Ainda segundo relatos, pessoas que eram punidas pelo tribunal do tráfico eram jogadas aos porcos.
O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) não confirma a denúncia dos moradores.
Instalação da UPP na Rocinha
O Bope vai permanecer na comunidade da Rocinha em São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro, pelos próximos 60 dias, até a instalação da 19ª UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). A informação foi dada pelo sargento Marco Antonio Gripp, porta-voz da corporação.
Até a inauguração da nova UPP, que ainda não tem data oficial definida, o Bope fará uma extensa varredura à procura de drogas, armas e de criminosos que estejam escondidos na comunidade que sofreu por quase 40 anos sob o domínio do tráfico de drogas.
De acordo com o sargento, nesta segunda-feira os policiais checam informações que já haviam sido mapeadas pelo Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança do Estado e também enviadas por bilhetes pela população.
– Após a retomada, sem o disparo de nenhum tiro, a noite foi tranquila. Vamos continuar aqui até a chegada da UPP, fazendo o nosso trabalho. A colaboração da população é essencial. Eles são parte fundamental nesse processo de paz na comunidade e eles já entenderam isso.
O Bope se surpreendeu com a quantidade de denúncias feitas pela população da comunidade em pouco mais de 30 horas de ocupação. Além de denúncias, um grande número de bilhetes com agradecimentos chegou às mãos dos representantes da corporação.