Ufal e universidade espanhola discutem turismo

A atividade integra o projeto de cooperação internacional “Políticas Públicas de Turismo no Brasil: planificación y desarrolo de rutas turísticas sostenibles em la Región de los Lagos”, que no país, tem como único Estado contemplado, Alagoas.

Ao abrir o evento, a reitora Ana Dayse Dorea parabenizou a todos e disse que ao implantar o curso de Turismo, na expansão da Ufal, a exemplo do curso de Pesca, que também funciona no Polo Penedo, ambos foram pensados de forma indutora para contribuir com o desenvolvimento daquela região.

“Temos que ressaltar a qualidade do corpo docente do curso, ao ousar promover a internacionalização das atividades da Ufal”, disse a reitora. “Constatamos que estamos consolidando o projeto de expansão. A Ufal está crescendo pela qualidade e o grande projeto de desenvolvimento de Alagoas passa pela interiorização. A Universidade Federal de Alagoas tem que ser vanguarda e vocês podem contar com o apoio da gestão”, disse a reitora dirigindo-se aos estudantes.

A mesa de abertura contou também com a presença do vice-reitor, Eurico Lôbo, do assessor de cooperação internacional do Estado, Eduardo Magalhães, da sub-secretária de Turismo de Alagoas, Daniele Novis, do assessor de cooperação internacional da Ufal, José Niraldo Farias, do representante da Propep, Francisco Rosário, além dos professores Marcelo Ribeiro, coordenador do curso de Turismo, Silvana Pirillo e Lluís Mundet i Cerdan, diretor da Faculdade de Turismo da Universidade de Girona, na Espanha.

Pesquisa revela deficiências no turismo

O despreparo dos gestores locais, que em alguns casos desconhecem as peculiaridades da atividade econômica do turismo e seus impactos, é uma das conclusões de um estudo que vem sendo realizado pela Universidade Federal de Alagoas, sob a coordenação da professora Silvana Pirillo, do curso de Turismo do polo Penedo, em parceria com a Universidade de Girona, representada pelo professor Lluís Mundet.

A professora Silvana Pirillo, ao apresentar o projeto, acrescentou que o Estado tem como papel a ordenação na gestão territorial, e que a política de turismo deve ter relação com todos outros setores governamentais e produtivos da sociedade. “Em Alagoas há ausência de planejamento no setor e o Estado não dispõe de inventário sobre os municípios, plano diretor e plano de desenvolvimento para esta área. Mesmo sabendo que turismo é uma atividade relativamente nova, constata-se que há uma dificuldade de resolver as metodologias de mobilização e participação da sociedade civil para as políticas nessa área”, enfatiza Silvana.

O professor Lluis Mundet fez a palestra de abertura do evento e apresentou o que vem sendo feito na Espanha na área do turismo. Citou alguns modelos e estratégias para a consolidação do setor, que vêm dando certo em seu país. Informou, na oportunidade, que em Barcelona foram registrados, em 2008, mais de cinco milhões de turistas, número superior ao do Brasil. “O turismo está totalmente interligado com outros setores,” disse Lluis Mundet.

Segundo o pesquisador, na Espanha o poder público é quem lidera as políticas municipais de turismo. Ele colocou como exemplo a construção de um condomínio com 500 casas que provocou destruição ambiental na área em que foi instalado. “A venda dos imóveis não obteve o sucesso esperado, mas a situação se reverteu com a intervenção do poder público, que recuperou a área degrada”, informou Lluis Mundet, destacando a importância da regulação pública.

Entre as iniciativas realizadas pelo setor público da Espanha, que são elementos importantes para o sucesso nessa área, estão saneamento, tratamento de lixo, segurança e melhoria da qualidade de parques turísticos. “Existe um investimento na qualidade dos espaços urbanos e sustentabilidade ambiental”, disse o professor Lluís Mundet.
Ele destacou ainda o turismo efêmero, que tem curta duração e geralmente está atrelado à realização de algum evento, como festivais de música e as olimpíadas. “Esse tipo de turismo dura poucas semanas ou até mesmo poucas horas, mas está dentro das novas políticas para a área”, enfatizou.

Fonte: Assessoria UFAL

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