O poeta Castro Alves nos deixou o caminho das pedras, abençoando aquele que semeia livros a mãos cheias fazendo o povo pensar! Não podemos diminuir a importância do poeta nem a da idéia!
Semear é lançar uma proposta de fecundação, uma esperança de amanhã colher, seja mais grãos, mais frutos, mais cidadania, inovações, revoluções éticas, justiça! Alagoas se prostra em longos dias de inanição, a fome histórica, cultural, econômica, física e social abate nosso povo. Nós, os iletrados, mal letrados, letrados descompromissados e leitores indignados diante dos sangrentos textos escritos no cotidiano.
Livros são janelas pelas quais se pode olhar a outra margem. Compreender os que ficaram marginalizados e a estranha sanha daqueles que marginalizam. Livros derramados em profícuas mãos, da infância que imagina um tempo de felicidade, afastado dos tiroteios que decepam futuros, embalados pela rede da inocência.
Como selecionar a semente madura com tão alto índice de analfabetismo? Como incentivar o gosto pela leitura com tão baixo índice de desenvolvimento humano? Como competir com o tráfico e suas respostas imediatas protelando a semeadura? Como salvar nossos brotos da morte prematura?
Trabalhemos, então em mutirão, valorizando o esforço do vento em levar aos campos a mensagem da polinização das flores abertas, ansiosas pelo gesto solidário de cada componente dessa cadeia social. Onde estejamos, façamos um pouco mais de esforço para cumprir a meta coletiva. Sejamos mais que nossos desejos, declínios e fascínios, sejamos povo-irmão!
Há sempre alguém com a mão na massa, na terra, esperando o apertar de novas mãos. Fortalecendo o cordão, estaremos escrevendo, quem sabe, uma nova história, para ser lida e repetida no futuro de uma Alagoas próspera em Educação, sem votos de cabresto e mortes em vão!