O ‘chapão’ – como é conhecido o grupo que reúne uma série de caciques políticos que fazem oposição ao atual governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) – possui mais dificuldades internas que externas para se consolidar, como reconhece um dos integrantes, o deputado federal Benedito de Lira (PP), que é pré-candidato ao Senado Federal.
O principal desafio do gigantesco bloco oposicionista é conjugar interesses individuais, já que dentro do grupo, formado por PMDB, PDT, PT, PP, Democratas, PCdoB, dentre outras siglas, há vários candidatos ao mesmo cargo. Dentre as cadeiras disputadas, a que mais causa dor de cabeça é a do Senado Federal. “Nunca tivemos tanta gente disputando o Senado”, reconheceu Benedito de Lira, em entrevista à Rádio Gazeta, na manhã de hoje, dia 14.
Além de Benedito de Lira, são pretensos candidatos o senador Renan Calheiros (PMDB), que busca a reeleição, e Ronaldo Lessa (PDT), que pode sair até para o Governo do Estado, em um projeto “sonhado” por Calheiros. Fora do chapão, há a já confirmada candidatura de Heloísa Helena (PSOL). O grupo palaciano também pode indicar um nome para disputar o Senado Federal.
As dificuldades do xadrez político foram analisadas por Benedito de Lira, que reconheceu que os membros do chapão andam distantes. “Os partidos que se reuniram em Brasília precisam agora se reunir em Alagoas, porque a eleição é aqui. Já conversei com Ronaldo Lessa e com Renan Calheiros, mas individualmente. Precisamos conversar todos juntos para saber se é isto mesmo. Espero até o fim do ano para saber se há condições de ficar todo mundo junto”, colocou.
De acordo com Lira, as alianças são mais difíceis de serem trabalhadas por conta da disputa pelo Senado Federal. Mas, se um grupo é feito de concessões e até renúncias, o deputado federal deixa claro que sua candidatura ao Senado é irrevogável. “Minha candidatura é natural. Não só pelo meu querer. Eu estou pronto para o exercício, sou um deputado com ação e serviço prestado nestes 40 anos de atividade parlamentar. Sou o mais antigo e me encontro pronto”, colocou.
Benedito de Lira – que foi o primeiro a lançar o prefeito Cícero Almeida (PP) como candidato ao Governo do Estado de Alagoas – disse ainda que foi acertado o recuo dado pelo chefe do Poder Executivo, ao não ter anunciado uma possível candidatura no mês de dezembro. “Não se pode agir com açodamento”, frisou. “O partido está pronto para a decisão dele (Cícero Almeida), mas dos candidatos postos ele é o único que tem a perder e precisa pensar nisto. São três anos de administração municipal pela frente, em um projeto que vem dando certo e é bem avaliado”, colocou.
De acordo com Lira, Almeida “tem vontade de ser governador”. “Ele seria um bom governador para Alagoas”. Porém, o parlamentar defende calma, porque segundo ele é a única forma de conseguir construir um projeto que vise aos interesses do Estado e não aos desejos pessoais de possíveis candidatos. “Se dependesse de mim teríamos candidato único para o Governo, com um projeto. Este Estado não aguenta mais ação política que não seja para ajudar ao povo. É um Estado bom de governar, que paga um preço muito caro”, disse.
Benedito de Lira acredita que os integrantes do chapão devem se reunir até o fim do ano, para bater ou não o martelo em relação às alianças. O segundo passo seria decidir os nomes para disputar os cargos do pleito de 2010.