A coletiva realizada pela direção-geral da Polícia Civil na tarde desta quarta-feira, 16, para falar sobre o seqüestro da funcionária pública Julliane Ferreira, 31, começou com agradecimentos às polícias e ao aparato jurisdicional de Alagoas pela parceria na elucidação de crimes de seqüestro no Estado, mas sem nenhum relato de prisão dos responsáveis pelo crime.
Para surpresa da imprensa, os detalhes sobre a participação efetiva da Polícia Civil nas investigações até o desfecho do seqüestro esbarraram no sigilo policial, que, segundo afirmaram os delegados, obedece ao bom senso. “As informações sobre a participação da polícia e os detalhes como pagamento de resgate expõem as famílias e estimulam grupos criminosos”, respondeu o delegado Flávio Saraiva.
O diretor-geral da Polícia Civil, Carlos Alberto Reis, lembrou a participação da PRF, PF, além do Gecoc e dos juízes da 17ª Vara Criminal no trabalho de investigação dos casos de seqüestro em Alagoas, que estava há um ano sem registrar este tipo de crime. “Queremos deixar claro que daremos uma resposta rápida à sociedade, prenderemos os responsáveis pelo seqüestro”, afirmou Reis.
Cinco pessoas estão sendo acusadas de participação no seqüestro, três delas fugiram do Sistema Prisional, durante a fuga em massa em 31 de dezembro: Claudionor Félix da Silva Santos, Edvaldo Salvador da Silva e Marcelo de Jesus Martins. Além desses, estão sendo procurados o proprietário do táxi (Gol, de placa MVH 0084) usado no seqüestro, identificado como Jardilton dos Santos Silva, 27 anos, que já respondeu por crime em São Paulo e dois outros homens – ainda não identificados – que eram vigias do cativeiro.
De acordo com os delegados, depois que a vítima foi deixada no município de Rio Largo, por volta das 2h30 da madrugada de hoje, os policiais do Tático Integrado Grupo de Resgates Especiais (Tigre) encontraram o táxi usado pelos seqüestradores na região do supermercado Makro, no Tabuleiro, deram voz de prisão e foram recebidos à bala por três dos acusados. Policiais e seqüestradores iniciaram uma troca de tiros e apesar do esforço dos policiais, os bandidos conseguiram escapar. O táxi foi abandonado em Messias.
“Não nos acostumamos com o pagamento de resgate e recuperação da vítima, queremos a prisão dos responsáveis para que esse tipo de crime não vire negócio”, ressaltou o delegado Flávio Saraiva, que disse ainda que pode haver uma ligação entre os seqüestradores e a quadrilha de Caetano, acusado de diversos crimes em Alagoas. “Pelas informações colhidas, os seqüestradores são do bairro Chã da Jaqueira, onde existe uma forte ramificação do Caetano, por isso não podemos excluir a possibilidade”, completou.
A polícia continua investigações sobre sequestradores.