De acordo com o superintendente da Polícia Federal em Alagoas, José Pinto de Luna, uma empresa prestadora de serviços está sendo investigada por corrupção eleitoral. De acordo com Pinto de Luna, a empresa solicitava dos empregados – inclusive com ameaças de demissão – que fosse entregue, por cada um deles, uma listagem com 20 nomes de eleitores, para que já se procedesse um cadastro visando às eleições de 2008.
Pinto de Luna confirmou, ainda, que a empresa fica na cidade de Maceió e que a Polícia Federal chegou até o local por meio de denúncias. A PF cumpriu – na sede do estabelecimento – um mandado de busca e apreensão e conseguiu apreender listagens, além de uma CPU que será submetida à perícia. As listas – conforme a Polícia Federal – seriam utilizadas para compra de votos nas eleições de outubro.
Indagado se a empresa seria de algum político, José Pinto de Luna diz ainda não saber, mas que esta investigação já está em andamento. “É possível, já que a prática de laranjas para abrir empresas é bastante comum em Alagoas. O mandando de busca e apreensão foi cumprido na sexta-feira, 30, e o caso já foi encaminhado para o delegado responsável por investigar o processo eleitoral. Estamos colocando três delegados do nosso efetivo para investigar crimes eleitorais em Alagoas. Quem tiver coisa errada vai ser pego”, destacou ainda o superintendente.
Pinto de Luna falou da investigação durante a solenidade que homenageou o desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas, Antônio Sapucaia, que se aposentou. “O crime de corrupção eleitoral foi constatado. Esta empresa presta serviços em Maceió. Por enquanto, é tudo o que eu tenho para informar. O delegado vai repassar maiores informações em breve, por meio da assessoria de imprensa da Polícia Federal”, salientou Pinto de Luna.
“Nós estamos investigando compra de votos em Alagoas e as denúncias estão chegando aos montes. Aqui em Alagoas se vende voto por gole de pinga. Impressionante isto”, colocou ainda o superintendente. Pinto de Luna frisou ainda que as ações da Polícia Federal não visam perseguir ninguém, mas sim fazer cumprir a lei. “Queremos garantir um pleito justo, para que as pessoas que queiram ocupar espaço para mudar a realidade de fato possam cumprir este papel, ao invés de outros que se elegem para roubar dinheiro público”, complementou.
“Há prefeituras que fizeram tudo errado. Há guardas civis que são utilizados como braços armados dos prefeitos. Nós fizemos um ofício para a Prefeitura Municipal de São Miguel, por exemplo, requerendo informações sobre as armas que estão de posse da Guarda Municipal. Ainda não recebemos resposta. Mandaram-nos um outro oficio, falando sobre armas que foram extraviadas”, colocou.
O superintendente ainda falou sobre os crimes de pistolagem em Alagoas. De acordo com Pinto de Luna, existe uma equipe da Polícia Federal, com agentes vindos de outros estados, para trabalhar no esclarecimento de alguns casos considerados insolúveis. “Vamos esclarecer estes assassinatos”, destacou Pinto de Luna. Ao analisar a possibilidade de deputados envolvidos com este tipo de crime, o superintendente frisou que se houver eles responderão pelo crime.
“Volto a colocar que a Polícia Federal não persegue ninguém. Simplesmente, eles (políticos desonestos) não possuem o direito de matar e subjugar um município ao seu comando. O processo eleitoral e a lei tem que ser respeitada. Eu não tenho pretensão de ser salvador da pátria, mas sim de cumprir aquilo que determina a minha função”, finalizou o superintendente.