Referência para o tratamento dos alagoanos acometidos pela Anemia Falciforme, o Hemocentro de Alagoas (Hemoal), em parceria com a Associação dos Falcêmicos de Alagoas (Afal), realiza nesta quarta-feira, das 8 às 15h30, no Auditório do Hospital Universitário (HU), na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o I Encontro dos Pacientes falcêmicos. Além de sociabilizar e tornar a doença mais conhecida, o objetivo do evento é expor a Política de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme, evidenciar o diagnóstico precoce através da Triagem Neonatal, apresentar o perfil sócio-econômico dos pacientes e destacar o papel do Ambulatório de Hematologia do órgão.
Durante o encontro, que contará com as presenças da representante do Ministério da Saúde, Joice Aragão de Jesus, do presidente da Federação Nacional de Anemia Falciforme (Fenafal), Altair Lira, da diretora do Hemoal, Izaura Alves Pinto, da diretora da Faculdade de Medicina da Ufal, Rosana Vilela e de profissionais do HU, Maternidade Santa Mônica e Hemoal, serão discutidas novas alternativas para a melhoria do atendimento aos falcêmicos em Alagoas. “Esse encontro representa mais um momento importante para o Hemoal, já que poderemos avaliar o trabalho desenvolvido no Ambulatório de Hematologia, cujos profissionais lutam pela inclusão, direitos e cidadania dos pacientes alagoanos”, salienta a diretora do Hemoal.
A doença
Anemia falciforme é uma doença hereditária, que leva a uma deformação das hemácias (glóbulos vermelhos) em forma de foice. Porém, na anemia falciforme, uma alteração genética na hemoglobina faz com que os glóbulos assumam a forma de uma meia lua ou foice, depois que o oxigênio é liberado. As células em foice tornam-se rígidas ou endurecidas e tendem a formar grupos que podem fechar os pequenos vasos sangüíneos, dificultando a circulação do sangue. Como há vasos sangüíneos em todas as partes do corpo, pode ocorrer lesão em qualquer órgão, como o cérebro, pulmões, rins e outros.
Essa condição é mais comum em indivíduos da raça negra, daí porque, em países da África, os portadores assintomáticos são mais de 20% da população e, no Brasil, representam cerca de 8% dos negros. Mas devido à intensa miscigenação historicamente ocorrida no País, pode ser observada também em pessoas de raça branca ou parda. A detecção é feita através do exame eletroforese de hemoglobina ou exame de DNA, e nos casais portadores do traço falciforme, há um risco de 25% para que os filhos venham a ser portadores da anemia falciforme. Daí porque, é indicado o aconselhamento genético antes do planejamento de filhos e a realização do teste do pezinho, realizado gratuitamente, antes do bebê receber alta da maternidade.