As pessoas terminam os mais diversos cursos de graduação ou pós-graduação em universidades e faculdades conceituadas de nosso país, e, assim mesmo, na maioria das vezes, não estão preparadas para exercer funções complexas. Não conseguem sequer ter o domínio sobre elas próprias. Aprendem questões técnicas específicas da área que escolheram, mas não são treinadas para enfrentar a vida real, para viverem em sociedade, administrarem outras pessoas e coisas complexas.
Essa é uma falha quase comum das universidades e faculdades espalhadas por todo o país. Vamos mais longe: esse é um problema do ensino hoje produzido no Brasil. As causas das deficiências profissionais identificadas começam muito cedo. Já na escola básica e fundamental nota-se que o conteúdo programático e o projeto pedagógico não atendem à realidade atual.
Isso precisa ser repensado. Não é lógico ter um estudante 4 ou 5 anos num curso de nível superior e, ao concluí-lo, não estar apto para ser absorvido pelo exigente mercado de trabalho. Quando a universidade é pública o povo brasileiro investe muitos recursos na formação desses profissionais e não consegue ter o retorno desejado. Faltam, quase sempre aos profissionais recém-formados e outros com vários anos de experiências, habilidades essenciais para o desempenho de uma dada função.
Existem habilidades que independentemente da área de atuação de um profissional sempre serão requeridas para tornar o desempenho excelente. Posso citar algumas como auto-motivação, capacidade de comunicação – escrita e oral, falar bem em público, liderança pessoal e interpessoal, inteligência emocional, capacidade de empreender, criatividade aplicada, trabalhar em equipe etc. São coisas que deveriam estar inseridas em qualquer conteúdo programático para formar pessoas aptas a viver em sociedade e trabalhar coletivamente.
A mente das pessoas que estudam, ou fazem que estudam, está sendo mal utilizada. O uso pobre dos três cérebros que possuímos faz com que os profissionais em geral lutem apenas para sobreviver, ou seja, comer, repousar e reproduzir-se. A maioria das pessoas é comandada apenas pelo cérebro mais primitivo, também chamado de “reptiliano”, que comanda nossas atitudes e comportamentos.
Precisamos evoluir e alcançar o grupo das pessoas verdadeiramente inteligentes. São aquelas que adquirem a capacidade de compreender o que está acontecendo ao seu redor, que conseguem aprender, desaprender e reaprender, que possuem a capacidade de adaptar-se, aceitam os desafios e às mudanças ambientais.
Enquanto o ensino ofertado continuar sendo oferecido sem que permita o uso dos três cérebros existentes em nossa cabeça – lógico, emocional e pragmático, vamos ter enormes dificuldades de ver a sociedade chegar a um ponto de equilíbrio. Precisamos pensar, criar e fazer de modo conjugado, isto é, simultaneamente. Temos que aprender a dosar dinheiro, conhecimento e relações humanas. Não adianta, por exemplo, alguém ter muito dinheiro e não poder utilizá-lo com receio de ser assaltado ou morto a qualquer instante. As pessoas precisam descobrir coisas como ideal de vida, missão e objetivo. E quanto mais cedo melhor.
Precisamos reformar a cabeça, o pensamento, a mente e a ação. Se assim não fizermos continuaremos amargando resultados pífios na sociedade.