O presidente interino da Assembléia Legislativa de Alagoas, deputado Fernando Toledo (PSDB), depôs nesta sexta-feira, 13, por quase quatro horas ao delegado Janderlyer Gomes, que preside o inquérito que apura o desvio de mais de R$ 280 milhões da folha de pessoal da ALE.
Toledo, ao deixar o prédio do Departamento Regional de Polícia Federal em Alagoas, no bairro de Jaraguá, concedeu entrevista coletiva à imprensa na qual afirmou que seu depoimento foi esclarecedor.
O presidente da ALE disse que explicou à Janderlyer Gomes o funcionamento do parlamento, informações sobre a folha de pessoal e o pagamento da verba de gabinete, que teria sido repassada aos deputados mesmo durante o período em que eles estiveram afastados, entre outras questões.
Toledo disse que todas as suas decisões, inclusive o repasse da verba de gabinete aos deputados, foram baseadas em pareceres da Procuradoria da Assembléia Legislativa e da Constituição do Estado de Alagoas. O deputado negou, ainda, que houvesse interferência do grupo afastado em suas decisões. “Há respeito, amizade pelos deputados e pelos suplentes”, disse Toledo.
O presidente interino, no entanto, reconhece que vem enfrentando ‘pressões’ no parlamento alagoano, sobretudo no que diz respeito ao retorno dos deputados afastados, que ele atribui à interpretação – ou entendimento jurídico – da determinação do ministro Eros Grau. “As pressões existem, mas nada que não possa ser contornado”, avaliou.
Perguntado sobre a determinação dos suplentes de retornar às atividades na ALE na próxima terça-feira, 17, mediante o afastamento dos deputados, Toledo disse que irá se reunir na próxima segunda-feira, 16, com o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador José Fernandes de Hollanda Ferreira, para discutir a questão jurídica. A reunião está marcada para as 9h.