Sai a seleção principal, entra a seleção olímpica. Mas o clima continua ruim para o técnico Dunga. O treinador foi muito criticado pelos torcedores na magra vitória por 1 a 0 sobre a seleção carioca, neste domingo, no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. O gol foi marcado por Alexandre Pato após um presente do zagueiro Rodrigo Arroz.
Antes mesmo da partida, os torcedores vaiaram o quando o seu nome foi anunciado pelo auto-falante do estádio Raulino de Oliveira. A seleção olímpica teve uma atuação muito fraca no primeiro tempo. O gol de Alexandre Pato logo aos sete minutos deu a falsa impressão de que seria o show esperado pelos torcedores. O atacante aproveitou uma falha incrível do zagueiro do Flamengo Rodrigo Arroz, que foi recuar a bola para Cássio. Pato chegou primeiro, driblou o goleiro da seleção carioca e tocou com tranqüilidade para o gol vazio.
Fora o gol, a seleção olímpica só conseguiu criar mais uma boa jogada no primeiro tempo. Após uma bronca de Dunga na equipe, o zagueiro Breno se arriscou no ataque. Ele deu um belo passe para Ramires, que tocou em cima de Cássio. Na sobra, Robinho chutou por cima do travessão. Muito pouco para quem enfrentava uma equipe formada por jogadores de clubes de menos tradição do futebol carioca e outros pouco aproveitados pelos quatro grandes do Rio. Apenas André Lima, do Hertha Berlin, reforçava a equipe.
A seleção carioca teve mais a posse de bola e criou boas chances. O lateral do Vasco Marquinhos perdeu um gol incrível. Ele entrou livre na área e teve muito tempo para pensar e chutar por cima do travessão. A torcida vaiou muito o jogador e passou a gritar Obina após o lance.
A seleção carioca também reclamou de dois pênaltis não marcados pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique lances polêmicos. No primeiro, Leonardo foi cortar de cabeça e a bola bateu na mão do zagueiro Breno. No segundo, o atacante Paulo Sérgio entrou na área pela direita e foi derrubado por Rafinha.
Diego e Robinho voltaram a não jogar bem. Apesar de ter o nome muito gritado pelos torcedores toda vez que tocava na bola, o Rei do Drible não levou muito perigo. E o camisa 10 também teve problemas para armar as jogadas de ataque. A seleção abusou dos passes errados.
Os atletas que atuam na Europa sentiram a falta de ritmo. A maioria estava de férias há três semanas. Lucas teve que sair aos 39 minutos com um problema muscular na coxa esquerda. As vaias vieram com o fim do primeiro tempo junto com os gritos de "Adeus, Dunga".
Para o segundo tempo, Dunga fez seis modificações na seleção olímpica. Entraram Renan, Nei, Leo, Filipe, Fernandinho e Rafael Sobis. Saíram Diego Alves, Rafinha, Breno, Leonardo, Diego e Robinho. A seleção olímpica até melhorou um pouco no início. Rafael Sóbis deu mais movimentação ao time. Ele teve duas boas chances. Após receber na área, o atacante chutou cruzado e Cássio defendeu. Depois, Sóbis cobrou uma falta na entrada da área por cima do travessão com perigo.
Mas a torcida perdeu a paciência. E começou a apoiar a seleção carioca. Primeiro vieram os gritos de "timinho". Depois, a cada toque da equipe o tradicional "olé, olé". Aos 23 minutos, os torcedores começaram um forte "Adeus Dunga!".
Em campo, a seleção olímpica não conseguia criar muitas oportunidades. O grito de "olé, olé" continuava. E os protestos foram grandes quando André Lima caiu na área e o árbitro mandou novamente o jogo seguir. Dunga resolveu tirar o volante Ramires e colocar mais um atacante, Pedro Oldoni.
Aos 33 minutos, o goleiro Marcelo Lomba saiu da área com a mão. O árbitro Marcelo de Lima Henrique resolveu expulsar o goleiro. Foi muito vaiado pelos torcedores. Aí uma pequena confusão. O atacante André Lima iria para o gol. Mas a comissão técnica da seleção carioca não deixou. E Cássio, que já havia saído da partida, voltou do vestiário e entrou na equipe no lugar do atacante.
Mas mesmo com um jogador a mais em campo, a seleção olímpica não conseguiu ampliar o marcador. E deixou o gramado debaixo de vaias da torcida.
Aos 43 minutos, Alexandre Pato furou um chute incrível na área. A torcida foi ao delírio. E começou a gritar: "vergonha, vergonha, time sem vergonha".