Agente da PF é morto ao reagir a assalto

O agente da Polícia Federal Oswaldo Veras Bandeira Filho, 36 anos, foi assassinado com quatro tiros no viaduto do Gasômetro, no Rio de Janeiro, na noite desta sexta-feira. Testemunhas contaram à polícia que os disparos foram feitos por um homem que tentou roubar sua motocicleta. Oswaldo teria tentado sacar sua pistola e foi baleado pelo suspeito, que fugiu na garupa de outra moto levando a arma do policial.

O crime, praticado em um congestionamento, assustou motoristas e um deles bateu com o carro. Uma câmera da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) pode ter captado a ação dos criminosos, mas não irá ajudar na identificação deles, já que, segundo a polícia, não faz gravação.

"Quase passamos a fazer parte da estatística. Estávamos na linha de tiro", lembrou o músico Marcelo Gonçalves, 36 anos, que presenciou a tentativa de assalto, que ocorreu por volta das 23h. Ele estava no banco do carona de um carro, parado no engarrafamento logo atrás do policial federal, que pilotava uma Yamaha R6, sem placa. Dois homens numa moto pararam ao lado de Oswaldo Veras, na pista sentido avenida Brasil, e o que estava na garupa, armado, desceu e rendeu o agente.

"O bandido gritou ‘sai da moto, sai da moto, perdeu!’. Como ele demorou a sair e tombou o corpo para o lado, um terceiro homem apareceu do nada, agarrou o braço dele e tentou tirá-lo. De repente gritou para o outro que ele estava armado e ouvimos os quatro tiros, mas já estávamos fugindo dali. Foi horrível", contou Marcelo.

O carro, dirigido por um amigo dele, bateu em outro veículo e em um ônibus, mas os dois e mais uma mulher, que estava com eles, não se feriram. Os dois suspeitos fugiram em direção à avenida Brasil. O terceiro homem, que agarrou o braço do agente, teria fugido em outra moto.

Com tiros na barriga e no peito, o policial, que usava capacete, caiu no meio da pista. Sua motocicleta também ficou tombada no local, que fica a cerca de 300 m da Superintendência da PF e em frente à Companhia Estadual de Gás (CEG).

Aproximadamente 100 m acima de onde Oswaldo Veras foi morto, instalada num poste no Elevado da Perimetral, uma câmera de monitoramento do trânsito poderia ter gravado a movimentação após o crime. Mas, a delegada-adjunta da 17ª Delegacia de Polícia, de São Cristóvão, Suzy Miranda, lamentou por não poder contar com o equipamento na investigação.

"Os operadores podem ver em tempo real o que está acontecendo, mas essa câmera só filma, não grava", observou a delegada, que foi ao local do crime. Desde que passou a trabalhar na delegacia de São Cristóvão, há três meses, ela já fez várias solicitações à CET-Rio com relação a outras câmeras semelhantes que deixaram de gravar ocorrências na avenida Brasil, dentro da sua jurisdição.

No início da madrugada, vários agentes federais foram ao local e se mostraram consternados com a morte do colega. Alguns contaram a policiais militares do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE) que Oswaldo Veras havia acabado de sair da Superintendência e ia para casa quando aconteceu o crime.

Horas antes ele havia participado de uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, onde estava lotado.

Com a interdição de parte do viaduto do Gasômetro para a realização de perícia, o trânsito ficou ainda mais congestionado na região e os motoristas enfrentaram lentidão a partir da avenida Presidente Vargas, próximo ao Viaduto dos Marinheiros. O fluxo de veículos só começou a ficar normal por volta das 2h, após a remoção do corpo.

Fonte: Terra

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