Pós-graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no final da década de 60, o ortodontista alagoano Anthony Leahy, de 73 anos, é um dos pioneiros na área no País, recebe nesta quarta-feira, 8, no Rio de Janeiro, a Comenda Dr. José Édimo Soares Martins, uma das mais importantes honrarias do segmento.
A comenda, que leva o nome do fundador do primeiro curso de pós-graduação em ortodontia do Brasil – realizado pela UFRJ e do qual Anthony Leahy fez parte – é a décima a ser entregue no País. A solenidade, presidida pelo reitor Aloísio Teixeira, acontece às 18h, na própria Universidade.
“Considero a Comenda o maior prêmio que um ortodontista pode receber. Quanto ao curso, ele permitiu que inúmeros profissionais tivessem a oportunidade de disseminar a ortodontia científica em várias outras universidades”, disse o ortodontista, que foi também o primeiro presidente da Associação Brasileira de Odontologia, do Conselho Regional de Odontologia e da Sociedade de Ortodontia de Alagoas.
Hoje, o ortodontista que lecionou durante 32 anos na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), está aposentado da vida acadêmica, mas continua trabalhando em seu consultório particular, no bairro da Mangabeiras. Lá, Anthony Leahy recebeu a reportagem do Alagoas24horas para falar sobre o assunto que domina.
Idade para o uso
Com relação ao momento certo para começar a usar um aparelho ortodôntico, Leahy explica que, a partir da formação dos dentes, não há idade mínima, embora o uso em dentição temporária seja limitado. “O diagnóstico deve ser feito com seriedade e, nestes casos, a indicação só acontece em casos excepcionais”, explica.
Sobre a idade máxima para se submeter a um tratamento ortodôntico, o ortodontista diz que também não há limite, mas depende da situação clínica dos dentes e do problema apresentado. “Atendi recentemente uma senhora de 66 anos, mas precisamos deixar claro que, quanto maior a idade, maior a limitação dos resultados, porque trabalhamos com o crescimento do paciente”.
Ele conta que, em média, um tratamento ortodôntico corretivo dura dois anos e alerta: “Quem estiver pensando em fazer um tratamento deste tipo é fundamental procurar um especialista”.
O Ortodontista diz que houve uma disseminação no uso de aparelhos ortodônticos por profissionais sem pós-graduação, o que pode, em alguns casos, ter aumentado o tempo de tratamento. “De modo geral o dentista tem direito a exercer qualquer especialidade, mas isso fez com que vários profissionais utilizassem os aparelhos sem estarem preparados para isso”, frisa, lembrando que em novembro, será realizado o Dia ‘D’ da ortodontia, com o objetivo de esclarecer à população sobre a qualificação do profissional.
Segundo Leahy, existem dois cursos de especialização na área em Alagoas, promovidos pelo Cesmac e pela Associação Brasileira de Odontologia, secção Alagoas. O especialista conta que na Sociedade de Ortodontia de Alagoas há 12 profissionais cadastrados, mas calcula que esse número seja pelo menos três vezes maior.
Novidades
Sobre as novidades do segmento, Anthony Leahy cita a associação do uso de aparelhos ortodônticos a implantes de alta resiliência; a possibilidade de exames radiográficos e tomográficos para auxiliar no diagnóstico; e a preparação especializada de profissionais da área.
Em geral, como em qualquer outra área, o melhor remédio continua sendo a prevenção: “O desalinhamento dos dentes depois da vida adulta depende de uma série de fatores, como perda precoce de algum dente, crescimento tardio da mandíbula, mastigação, deglutição e até respiração.Tudo isso pode modificar as posições dos dentes que, em 90% das situações, são mais vítimas que causas dos fatores de má formação”, finaliza.