Traficantes determinam toque de recolher e fechamento de escola

Danielle Silva/Alagoas24horasAssociação de Moradores também estava de portas fechadas

Associação de Moradores também estava de portas fechadas

A disputa pelo comando do tráfico de drogas na região do Benedito Bentes está tirando o sono dos moradores, causando terror aos comerciantes e alterando a rotina da comunidade escolar. Nesta quarta-feira, 26, a escola Municipal Selma Bandeira, localizada no conjunto de mesmo nome, fechou as portas e suspendeu as aulas a mando de um grupo de traficantes da localidade.

Moradores – que não quiseram se identificar – procuraram o Alagoas24Horas para denunciar que o conjunto Selma Bandeira está tomado pelos traficantes. Após o fatídico tiroteio que terminou com a morte de duas pessoas e deixou seis feridos no último domingo, os indivíduos que comandam o tráfico no conjunto estabeleceram uma espécie de toque de recolher e determinaram o fechamento da escola.

A equipe de reportagem percorreu algumas ruas do conjunto e constatou que o clima de insegurança e medo tem levado muitos moradores a deixarem o local. Em plena tarde, casas com as portas fechadas e silêncio. No olhar dos poucos moradores na porta, desconfiança. Alguns esboçaram esperança, diante da presença da equipe: “Graças a Deus”, disse uma mulher que passava na rua.

Na porta da Escola um grupo de jovens informou que o fechamento havia sido uma imposição dos traficantes. “Os traficantes mandaram fechar a escola por isso não vai ter aula hoje. Soube que as aulas só vão voltar na segunda-feira, e olhe lá…”, ironizou um dos rapazes.

A Associação Comunitária do Selma Bandeira também estava com as portas fechadas. Segundo a esposa do presidente, ele trabalha o dia inteiro e não tem tempo de ficar na Associação. Mas garantiu que funciona sempre pela manhã.

Disputa pelo tráfico

Policiais do 5º Batalhão de Polícia Militar confirmaram a situação de violência em todo o Benedito Bentes e atribuíram à disputa pelo comando do tráfico no bairro. Ainda segundo a Polícia, traficantes dos conjuntos Selma Bandeira, Freitas Neto, Carminha, Moacir Andrade e Bela Vista I e II, estão em conflitos constantes pelas bocas de fumo.

“Nós recebemos diversas ligações de moradores informando sobre a situação, mas quando chegamos a estes lugares ninguém fala. Sabemos que a impunidade é o principal fator de insegurança, eles temem morrer e preferem ficar em silêncio, já que pouco tempo depois que prendemos os traficantes, são liberados pela Polícia Civil”, ressaltaram os policiais.

Um deles contou que no sábado, um pai esteve no 5° BPM para pedir que uma guarnição fosse até uma boca de fumo retirar seu filho da convivência dos bandidos. “O filho deste cidadão também é viciado e estava na casa de uma garota, junto com um grupo de elementos fabricando loló. Quando a guarnição chegou ao local foi recebida a tiros. Os marginais conseguiram fugir, mas deixaram loló, produtos de fabricação da droga e armas. Somente a dona da casa ficou, mas não foi presa porque o delegado responsável não quis lavrar o flagrante”, desabafa.

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