Faltando apenas duas semanas para a eleição da mesa diretora da Câmara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu de tentar uma composição entre o atual presidente, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e o candidato petista Arlindo Chinaglia (SP).
"Eu gostaria que eles tivessem se colocado de acordo e que tivesse um único candidato. Não foi possível, vamos esperar o resultado", disse Lula a jornalistas depois de um encontro com prefeitos no Palácio do Planalto.
O presidente disse que considera os dois candidatos "como filhos" e que não poderia, por isso, ir "a favor de um deles, mas tentar a conciliação". Ele ressaltou que o Planalto não vai interferir na disputa dentro do Legislativo.
"Se eles não resolverem entre os dois, que a democracia, pela maioria absoluta, eleja aquele que a Câmara entender que seja o melhor para ela", afirmou.
Foi a primeira entrevista de Lula depois das férias na praia de Guarujá (SP). Durante as férias, a disputa entre Rebelo e Chinaglia acirrou-se, invertendo a expectativa do presidente e de seus auxiliares de que houvesse um acordo.
Lula disse que a divisão na base pela presidência da Câmara não deve comprometer a coalizão de governo, com 11 partidos. O PT aliou-se ao PMDB, PL e outras legendas contra PCdoB e PSB.
"O fato de ter uma disputa na Câmara faz parte da história democrática do Congresso Nacional. Vai haver um resultado e nós estaremos subordinados a esse resultado", acrescentou.
Fonte: Reuters
