Linhas férreas de Alagoas serão recuperadas até Julho

As linhas férreas que ligam os trechos de Porto Real do Colégio (Alagoas) a Cabo (Pernambuco) –, destruídas pelas fortes chuvas que caíram na região em 2000 – serão recuperadas a partir de julho. A decisão foi tirada, nesta segunda-feira, no Palácio República dos Palmares, de uma reunião entre o governador Teotonio Vilela Filho e o presidente da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), Tufí Daher Filho. A previsão de conclusão da obra é de 18 meses, com a recuperação de, em média, 25 quilômetros por mês.

A recuperação das linhas será financiada pela companhia e está orçada em R$ 112 milhões. Deste montante, segundo Daher, aproximadamente R$ 70 milhões serão aplicados em Alagoas. A contrapartida do governo estadual é apenas de apoio logístico.

O governador Teotonio Vilela se colocou à disposição da companhia, no sentido de buscar parcerias para viabilizar a obra, apoiar na obtenção de financiamentos e de licenças ambientais, contratação de mão-de-obra local e fiscalização (junto com órgãos financiadores); dentre outros suportes, para que a obra tenha um produto final satisfatório.

“Os financiamentos para recuperação dos 600 quilômetros de extensão, sendo 370 em Alagoas, já estão garantidos. O governador Teotonio Vilela vai ajudar na liberação dos investimentos que já estão bem adiantados”, afirmou Daher. O presidente da CFN salientou que o início da discussão sobre a recuperação das linhas férreas de Alagoas deu-se quando o governador Teotonio Vilela era senador.

“Este é o primeiro contato que fazemos com o governador e já estávamos devendo esta visita. A recuperação das linhas férreas faz parte do Projeto da Ferrovia Nova Transnordestina”, reforçou o presidente da CFN, lembrando que o senador Renan Calheiros também tem apoiado o projeto.

De acordo com ele, dentre as vantagens que a reestruturação das linhas férreas trará para Alagoas está a redução dos custos operacionais na exportação dos produtos, uma vez que, segundo ele o modal (meio de transporte) menos oneroso é o ferroviário, sobretudo para cargas de grandes volumes e distâncias.

“Com o comprometimento de suas linhas férreas, Alagoas ficou sem escoar de forma adequada os seus produtos, a exemplo do açúcar. Até então, as mercadorias que iriam para o Sudeste, pelo meio ferroviário, ficaram sem este meio, bem como aquelas que eram levadas para outros estados do Nordeste”, explicou Daher.

Etapas de recuperação – Denominada de superestrutura, a primeira etapa da obra de recuperação compreende a substituição de dormentes, trilhos e drenagem. A segunda parte será voltada às obras especiais de corte, que incluem a recuperação e construção de cinco pontes, contemplando, em sua maioria, o Estado de Alagoas. A última fase da obra é de infra-estrutura, na qual serão executadas a recuperação de aterros, cortes e terraplanagem.

De acordo com Daher, a CFN assumiu as ferrovias em 1998, por meio de um contrato de concessão, quando se deu o processo de privatização. Em 2000, o sistema de coleta de água entrou em colapso por causa das fortes chuvas, afetando as ferrovias.

“O contrato de concessão já era da companhia, mas não tínhamos recursos para fazer a intervenção, e a União não podia agir em um bem que estava arrendado. Levamos um bom tempo para equacionar a situação e o projeto da Nova Transnordestina previu a recuperação deste trecho”, justificou.

Fonte: Agência Alagoas

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