Zuanazzi anuncia saída da Anac e ataca Jobim

GoogleMilton Zuanazzi entrega pedido de demissão ao presidente Lula

Milton Zuanazzi entrega pedido de demissão ao presidente Lula

Último dos cinco diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a resistir no cargo após o acidente com o avião da TAM, em São Paulo, o diretor-presidente da entidade, Milton Zuanazzi, anunciouque vai entregar hoje ao presidente Lula sua carta de renúncia.

Depois de travar por dois meses uma queda-de-braço com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, Zuanazzi caiu, mas sem deixar de atirar no desafeto, que já havia pedido publicamente sua saída. "Estou saindo porque eu não queria trabalhar com o ministro Jobim", declarou.

Segundo ele, o ministro da Defesa não é da "área de aviação" e está tomando iniciativas que podem comprometer o setor aéreo brasileiro. "Acho que ele está propondo um conjunto de mudanças que pode provocar a diminuição do crescimento da aviação civil, o aumento do preço das passagens e que vai impedir a classe média de voar", declarou.

"Quando o ministro afirma na CPI que no aeroporto de Congonhas, se o DAC existisse o acidente [da TAM] não teria acontecido. É uma desinformação absoluta, absoluta desinformação do histórico do aeroporto", acrescentou.

Zuanazzi disse que não deixou o cargo antes, apesar da pressão do ministro, porque não poderia deixar a direção do órgão "acéfala", já que a nova diretoria não estava formada. "Não entendo o ministro. Ele não é da área de aviação civil e não tinha idéia do que disse. Não podia deixar a agência acéfala. Ontem, com a chegada dos outros dois colegas, eu me senti à vontade para sair".

O presidente da Anac classificou como “injustas” as críticas feitas por Jobim, que acusou o órgão regulador de ser “leniente” com as empresas aéreas e uma dos responsáveis pelo caos instalado nos aeroportos. "Eu não faço lei, eu cumpro lei. Eu não posso ser criticado pelo o que não posso fazer. E foi isso o que a gente mais sofreu nesse tempo, crítica de leniência e coisa do tipo", afirmou.

Embora tivesse posto na direção da agência até 2011, Zuanazzi disse que prefere deixar não só a presidência como o órgão para evitar novos atritos com o ministro da Defesa. Na avaliação dele, a nova diretoria terá mais “fôlego” para trabalhar, mas voltou a mirar Jobim ao sugerir que o ministro quer retirar a autonomia da agência reguladora.

Antes de Zuanazzi, já haviam deixado o comando da Anac outros quatro diretores: Denise Abreu, Jorge Luiz Brito Velozo, Leur Lomanto e Josef Barat. A Anac deve ser presidida pela economista Solange Vieira, já indicada por Jobim para o cargo.

Fonte: Congresso em Foco

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