Caso Belém: Paulão comenta e-mail

O deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), usou a tribuna da Assembléia Legislativa de Alagoas para comentar o Caso Robervaldo Davino. O ex-secretário de Segurança e delegado do 4° Distrito Policial, Robervaldo Davino foi preso – por decisão da 17ª Vara Criminal – sob acusação de ter sido o autor intelectual da morte do pistoleiro Cícero Belém.

Em seu pronunciamento, Paulão destacou o desencontro de informações entre o Ministério Público e a Justiça do Estado de Alagoas, já que o Grupo Estadual de Combate ao Crime Organizado do MP disse que não partiu da instituição às investigações que resultaram na prisão do ex-secretário e ainda questionou as declarações do juiz Braga Neto.

Paulão frisou que era no mínimo estranho que – conforme publicações da imprensa – a prisão de Davino estivesse sustentada pelo depoimento da testemunha-chave e sobrevivente da chacina que vitimou Cícero Belém, Dalva Carolina, uma vez que ela desmentia que tivesse acusado o delegado em e-mail encaminhado ao seu advogado, Fernando Falcão. O e-mail foi divulgado com exclusividade pelo Alagoas 24 Horas e motivou o pronunciamento do deputado estadual.

“Caso este e-mail seja real, é no mínimo estarrecedor. Eu fui homenageado pelo Corpo de Bombeiros e fiquei sabendo no local que o delegado Robervaldo Davino se encontrava preso no prédio da instituição e tive a oportunidade de conversar com ele”, colocou. Paulão diz que procurou Davino porque queria entender o processo que levou a sua prisão, mas frisou na Tribuna que – diferente dos parlamentares que se posicionaram em apoio ao ex-secretário – não estava o defendendo, nem o acusando.

“Não sou amigo do Davino, como alguns parlamentares. Inclusive fiz várias críticas a cúpula da segurança pública na época em que ele era secretário de defesa. Agora, este novo e-mail que surge negando o conteúdo do depoimento acusatório merece uma reflexão, uma vez que se sabe da briga interna na cúpula da Polícia Civil do Estado de Alagoas”, frisou o deputado estadual.

Paulão defende a tese de que a Polícia Civil de Alagoas é formada por “duas bandas podres”. “Uma delas foi jogada ao ostracismo. Ficou no bola sete, quando o Davino comandava a Polícia Civil. Agora, estes estão no poder e se sente um clima de revanchismo. Não estou dizendo que a prisão é em decorrência disso, mas existe uma questão pessoal entre o atual diretor da instituição, Carlos Alberto Reis e o ex-secretário. É a briga das bandas podres. Mas do que nunca, fatos como este demonstram que é preciso que o Governo do Estado tenha humildade e peça uma intervenção federal”, salientou o deputado.

O parlamentar frisa que diante das contradições que surgem, o caso do delegado Robervaldo Davino um ranço da atual cúpula, com a anterior. O deputado não afirma categoricamente, mas comenta a necessidade de reflexão. Paulão aproveitou o caso para explanar sobre a situação da Secretaria de Defesa Social, que segundo ele, “não tem mais jeito”. “Só há uma saída é a substituição imediata das cúpulas: o general, o comando da PM e da Polícia Civil. É preciso que a Defesa Social passe por um processo de assepsia”, finalizou.

O deputado Rui Palmeira (PR) – que faz parte da bancada governista – aproveitou o comentário de Paulo Fernando dos Santos para destacar que “se não houver uma federalização, viveremos num eterno processo de faz de contas na Secretaria de Defesa Social”. Paulão, que concorda com Palmeira, disse ainda que não adianta mais responsabilizar o atual secretário general Sá Rocha. “Focar a questão nele é jogar uma cortina de fumaça sobre o assunto. A questão envolvendo estas brigas internas e a ausência de segurança é de responsabilidade do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB)”, disse Paulão.

O parlamentar definiu o secretário como um “general sem Exército”. “O governador possui o caminho da intervenção federal na segurança pública de Alagoas, para que haja uma limpeza. Que venha uma equipe de fora do Estado, sem vínculos e que monte uma estratégia de inteligência para aprofundar as raízes e chegar ao problema. Não tenho dúvidas de que o remédio é este”, finalizou Paulão.

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