Cerca de mil agricultores rurais do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) decidiram encerrar os quatro bloqueios em rodovias e a ocupação do Banco do Brasil em Atalaia, depois que o Governo agendou uma reunião para ouvir as reivindicações.
A reunião será na próxima quarta-feira, dia 22, no Salão de Despachos do Palácio do Governo, com a presença de secretários envolvidos nas questões dos trabalhadores rurais. “Vamos entregar nossa pauta de reivindicações ao governador e outros secretários, como o da Educação, Agricultura e de Defesa Social. Outras presenças que esperamos é as do superintendente do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste”, disse o coordenador do movimento, Valdemir Agustinho.
De acordo com Agustinho, a ocupação do Banco do Brasil em Atalaia – feita por cerca de 50 pessoas – foi em decorrência da burocracia para a liberação dos créditos para as plantações. “Daqui a pouco o tempo de plantação passa e não temos os créditos”, reivindicou.
Outra questão do MTL é o caso de agressão de seis trabalhadores rurais de Murici, ocorrido no dia 8 de fevereiro. A ação foi feita por cerca de 80 homens armados e encapuzados, com a suspeita de homens que fazem parte da polícia da região. “Pedimos que o caso fosse investigado por um delegado especial e foi designado um, mas quando Brasília mandou um ofício pedindo agilidade nas investigações, o caso voltou para o delegado de Murici”, afirmou Agustinho.
Protesto
Os sem terra decidiram pela manifestação ontem à noite, depois que representantes do movimento tiveram uma reunião com o Instituto Nacional de Reforma Agrária, Incra. “Queríamos novidades, como novas desapropriações, e não tivemos isso, daí fizemos assembléias nos movimentos que decidiram pelo protesto”, disse Valdemir Agustinho, coordenador do movimento.
Para protestar, o movimento – formado por cerca de quatro mil trabalhadores rurais – utilizou um quarto do pessoal para bloquear dois trechos da AL 101 Norte, em Maragogi e Porto Calvo; a BR 104 em Flexeiras; e a BR 101 em Murici. Outra manifestação ocorreu no Banco do Brasil em Atalaia.
