A Coréia do Sul fez valer sua maior experiência em Copas do Mundo e venceu a problemática equipe de Togo na abertura do grupo G do mundial. Os asiáticos saíram perdendo por 1 x 0, mas viraram para 2 x 1. Para os togoleses, restou a lição de que é preciso ser organizado para disputar o torneio. Os africanos, que chegaram até a ficar sem técnico nas vésperas da estréia, foram apenas esforçados, mas deixaram o campo conscientes de que avançar para as oitavas-de-final agora é uma questão de milagre.
No primeiro tempo, a Coréia do Sul tomou a iniciativa do jogo. Com velocidade, o time asiático se lançou ao ataque, mas a pouca eficiência de seus homens de frente nas conclusões fizeram Togo ganhar confiança e acreditar que podia se dar bem nos contragolpes. A partir dos 20min foi isso que aconteceu: os africanos se posicionaram para roubar a bola e partir em velocidade.
Após umas três tentativas de insucesso, Togo colheu resultados bons aos 31min. Mohamed Kodar recebe lançamento, entra em diagonal e ao matar a bola se adianta à zaga sul-coreana, que marcava em linha. Com a bola mais à frente, Kodar bateu de direita, cruzado, a bola acertou o pé da trave e entrou. Foi o primeiro gol dos “gaviões africanos” em Copa do Mundo.
Com a vantagem no placar, Togo manteve a mesma tática até o final da etapa inicial, apesar de a Coréia do Sul aumentar a pressão, e sustentou o plano de jogo para o segundo tempo. Os sul-coreanos reiniciaram o jogo mantendo mais a posse de bola – em média, 55% contra 45% dos togoleses -, enquanto os africanos continuaram da fazer uso da força para parar os asiáticos e puxar os contragolpes.
Mesmo sabendo que seu time poderia ficar mais exposto, o experiente técnico Dick Advocaat optou por mudar o sistema tático para a etapa final: saiu do 3-5-2 e partiu para o 4-4-2, escalando Ahn Jung-hwan como um meia ofensivo. A mudança trouxe resultado, pois a Coréia passou a usar mais as laterais do campo. E foi numa jogada ofensiva dessas que os sul-coreanos chegaram ao gol de empate. Jae-Jin sofreu falta violenta de Jean-Paul Abalo Dosseh, que foi expulso. Lee Chun-soo cobrou a falta da entrada da área e empatou aos 8min.
A partir do gol de empate da Coréia, e com um jogador a menos, o técnico Otto Pfister precisou mexer para recompor a zaga de Togo. Touré Assimiou substituiu Yao Senaya Junior. A mudança, no entanto, não trouxe o resultado esperado, pois aos 16min Pfister teve de fazer outra mudança. O zagueiro Ludovic Assemoassa torceu o tornozelo em uma jogada isolada e Richmond Forson entrou em seu lugar.
Com 10 jogadores, e um único atacante para tentar vencer o jogo, Togo se fechou mais ainda e viu a Coréia partir para cima. A ponto de Advocaat tornar sua seleção ainda mais ofensiva, com a entrada de Kim Nam-il – um meio-campista com vocação para atacar.
A mudança ousada trouxe resultado. Quatro minutos depois da substituição, os sul-coreanos chegaram o gol de virada. Com velocidade, a bola chegou ao experiente Ahn Jung-hwan, que acertou um belo chute de fora da área e fez 2 x 1 aos 26min.
Com a vantagem no placar, a Coréia passou a administrar o resultado. A ponto de Dick Advocaat decidir recompor seu sistema defensivo, voltando a colocar mais um meio-campista de contenção: saiu Jae-Jin e entrou Kim Sang-shik. A partir desta mudança, os asiáticos só esperaram o apito final para comemorar a vitória e mostrar que estão dispostos a repetir em 2006 a façanha de 2002, quando foram quarto colocados da Copa.