Por 128 votos favoráveis à neutralidade e 49 votos pela definição entre um e outro candidato, o PDT decidiu não apoiar ninguém no segundo turno da sucessão presidencial.
O presidente nacional do partido, Carlos Lupi, elogiou a decisão por manter a coerência do PDT – “que é um partido independente”, disse ele.
Outro cacique do PDT, Alceu Colares, que disputou o governo do Rio Grande do Sul e perdeu, disparou: “O PDT não pode optar entre o ruim e o pior”.
O presidente Lula e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, tentaram sensibilizar o PDT com uma carta melosa enviada na semana passada ao presidente nacional do partido – que não respondeu; ou melhor: respondeu com o resultado da votação que decidiu pela neutralidade.
Mas, o PDT não age assim por princípio; age por necessidade de preservar a unidade do partido, uma vez que há correligionários que já se bandearam para Lula e outros para Alckmin, independente do que o partido decidisse.
É o caso do ex-ministro Miro Teixeira, que não faz segredo sobre o apoio ao presidente Lula. Se o PDT se definisse por Alckmin perderia o quadro importante do Rio de Janeiro.
Em Alagoas, o ex-governador Ronaldo Lessa vai apoiar Alckmin e, assim, ficará mais próximo do governador Téo Vilela. Mas, nenhum dos dois vai atrapalhar o senador Renan Calheiros, que apóia a reeleição de Lula.