A TV Pajuçara/Record transmite nesta segunda-feira, a partir das 22h30, o penúltimo debate entre Lula e Alckmin.
A campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende adotar a estratégia da conciliação com representantes do PSDB para evitar que a temperatura da eleição se eleve na última semana de campanha.
A avaliação é que é preciso reduzir a agressividade da disputa eleitoral para dar condições de governabilidade a partir da próxima segunda-feira, dia seguinte ao segundo turno.
"Não é bom partir para a tática do confronto. Nós não corrigimos um erro cometendo o mesmo erro", afirmou nesta segunda-feira (23) o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), sobre a tática da campanha de Geraldo Alckmin de alimentar a disputa com as acusações contra Lula.
Emissários da campanha petista mantiveram diálogos com os governadores reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra. Jaques Wagner não revelou o conteúdo dessas conversas, mas disse apenas que a proposta de baixar o tom para preparar a governabilidade pós-eleição teve boa receptividade.
A oposição não pretende aliviar na questão da origem do dinheiro que seria usado para comprar um dossiê contra políticos do PSDB e vai tentar criar um fato em cima de Fábio Luiz da Silva, filho do presidente Lula. Ele é apontado por reportagem da revista "Veja" de ser lobista em Brasília e ter se associado com outros empresários investigados por corrupção pela Polícia Federal.
"Contra atacar na mesma moeda não vai ajudar em nada. Quando acabar a partida, quando der o apito final, esse jogo vai cessar. Não acredito em terceiro turno. A moçada vai querer estabilidade depois da eleição", afirmou Wagner sobre a possibilidade de usar acusações contra familiares de Alckmin na disputa eleitoral.
Alckmin já foi alvo de ataques do próprio PT em cima de sua mulher, que recebeu 400 vestidos de um empresário da moda, e de sua filha, que era funcionária da empresa Daslu, cuja dona é alvo de investigação da Polícia Federal por sonegação fiscal e contrabando.
"É elogiável que uma filha de governador trabalhe. Aé onde sei, ela não tem responsabilidade nos erros da dona da Daslu", afirmou o governador eleito e integrante da coordenação da campanha.
Para Wagner, a estratégia do confronto é tática de integrantes da campanha de Alckmin que vêem na eleição do PSDB a única chance de manter a influência política, como é o caso dos senadores pefelistas Antonio Carlos Magalhães, que perdeu a eleição para governador e senador na Bahia, e de Jorge Bornhausen, que nem se candidatou novamente ao Senado por saber que seu poder político em Santa Catarina esvaiu-se e sustenta-se apenas com a eleição de seu filho para a Câmara Federal.
Mais apoios a Lula
Representantes do movimento negro entregaram a Wagner um manifesto pró-Lula com 28 itens de reivindicação. Assinados também por 28 entidades sociais, o documento pede entre outras coisas a manutenção do status de ministério para a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e garantia de aumento da verba para implementação dos programas.
Além disso, os movimentos defendem a ampliação de políticas de cotas afirmativas para a nclusão de atores e atrizes negras em telenovelas e mini-séries.
