Em atendimento a uma determinação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a TAM suspendeu a venda de passagens, em todo o país, no começo da tarde desta sexta-feira. A intenção é tentar diminuir o número de passageiros que se acumulam nos maiores aeroportos –principalmente em São Paulo e no Rio– à espera de reagendamento.
Nesta sexta, contrariando a previsão de melhora feita pelas autoridades do setor, os saguões e salas de embarque dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo, e Tom Jobim, no Rio, amanheceram lotados. Somente da 0h às 10h30, 252 dos 657 vôos programados sofreram atrasos de mais de uma hora. Outros 21 foram cancelados.
Em Maceió, no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, até o momento, quatro vôos estão atrasados. São dois da Gol e dois da TAM que viriam de Brasília e São Paulo e têm como destino as cidades de Navegantes, em Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.
De acordo com a assessoria de imprensa da TAM, a venda de bilhetes para os próximos dias continua aberta. Em média, a empresa realiza 670 vôos por dia.
No final da manhã, a TAM informou que todos os seus vôos estavam atrasados em três horas, em média.
Os problemas começaram na noite de terça-feira (19), quando Congonhas ficou fechado por cerca de 50 minutos devido ao mau tempo. Segundo a Anac, a medida provocou um "efeito dominó" que foi severamente agravado pela quebra de seis aeronaves da TAM e a queda da rede de dados da companhia no aeroporto Tom Jobim, na mesma noite.
Culpa das aéreas
O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, e o comandante do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), o major-brigadeiro-do-ar Paulo Hortênsio Albuquerque Silva, culparam o mau tempo –e o conseqüente fechamento de Congonhas– e as companhias aéreas –em especial a TAM– pelos problemas desta semana.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em duas ocasiões distintas, criticou as aéreas, a Anac, a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) e a Aeronáutica pela falta de informações. "Eu quero soluções para que as pessoas passem o Natal e o Ano Novo com uma certa tranqüilidade."
Final de ano
Os problemas acontecem às vésperas dos feriados de final de ano e apenas um dia depois de o presidente da Anac ter previsto "tranqüilidade" e "normalidade".
Desde outubro último, o setor aéreo enfrentou diversas seqüências de atrasos e cancelamentos de vôos. No começo, elas foram causadas pela operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo, que restabeleceram à força parâmetros internacionais de segurança. Recentemente, porém, houve atrasos provocados por uma pane e, agora, pelo fechamento de Congonhas.
Para o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), a situação nos aeroportos do país só deve ser inteiramente normalizada no primeiro semestre de 2007.
Com Folha Online