O início do julgamento do acusado de matar – a sangre frio – um garçom na Avenida Leste Oeste, em novembro de 2011, foi marcado por acusações de falsificação de documentos e cogitação de adiamento da sessão. O júri popular ocorre desde o início da manhã desta terça-feira, 24, e é conduzido pelo juiz Geraldo Amorim, que ouvirá testemunhas de defesa e acusação.
Está sendo julgado o réu Arthur Fonseca Albuquerque de Melo, que está detido no Presídio do Agreste, no município de Craíbas.
O promotor José Carlos Malta Marques chegou a questionar a inclusão de ‘cópia’ junto aos autos do processo após o início dos trâmites do julgamento. De acordo com ele, antes do início da sessão foi observado que havia ‘cópia’ que não estava no CD recebido pela acusação.
“É pratica da defesa tentar defender os acusados e para não possibilitar que haja qualquer documento que possa dizer algumas inveracidades e possa prejudicar o julgamento. Apenas questionamos porque não havia um original e porque não foram colocados antes do término do prazo estabelecido pelo júri”, disparou o promotor.
A defesa, encabeçado pelo advogado Thiago Pinheiro, nega qualquer inclusão de documentos falsos ou fora do prazo. Segundo ele, a juntada de documentos ocorreu dentro do prazo estabelecido e que qualquer impedimento ocorreu por falhas junto ao júri.
O magistrado solicitou junto ao cartório a verificação da autenticidade dos documentos e, inclusive, chegou a destacar que caso seja comprovado falsificação de documentos os responsáveis serão penalizados conforme a lei.
Ainda de acordo com Marques, a ‘cópia’ juntada ao processo versa sobre um Boletim de Ocorrência (BO) de 2006 que versa sobre um suposto crime da vítima. “A defesa está tentando macular a imagem da vítima que já está morta. Consta sobre a vítima apenas duas acusações de assalto com arma de brinquedo, quando ele ainda era menor, agora o acusado tem três acusações de homicídio”, assegurou.
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Teses da defesa e acusação
A esposa da vítima acompanhou emocionada todo o desenrolar e pediu que seja feita justiça. Ela destacou ao Alagoas24horas que todos os dias tem pesadelos com a cena da brutalidade da morte do esposo. Ainda de acordo com ela, desde então vem passando necessidades com os filhos e que até hoje eles estão sem estudar.
A acusação, feita pelo MPE, pede a condenação por homicídio triplamente qualificado. Já a defesa embasará a tese de que o homicídio foi simples e privilegiado. “Desta forma, o meu cliente não ficará mais tempo na prisão, uma vez que ele já vem cumprindo a pena em regime fechado”, defendeu o advogado Thiago Pinheiro.
Outras acusações contra Arthur
Em 2012, a Justiça absolveu Arthur Fonseca de outras duas acusações de assassinato. Em fevereiro de 2012, o réu foi julgado por envolvimento na morte do flanelinha Wanderson Bezerra Félix, o Timbalada. Na ocasião, por maioria dos votos, o júri presidido pelo juiz Maurício Brêda decidiu pela absolvição de Arthur.
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