Delegado especial irá investigar ‘mortes em confronto’; 101 apenas em 2015

Entre os anos de 2015 e 2016 foram registrados 113 resistências seguidas de mortes.

Um suposto confronto com guarnições do Bope e do 1º BPM nesta terça-feira, 7, no bairro do Clima Bom – parte alta de Maceió – que resultou na morte de três pessoas suspeitas de vários crimes na cidade do Pilar e região levou o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, a designar um delegado especial para presidir o inquérito com a finalidade de “apurar os homicídios decorrentes da intervenção policial”.

Alagoas24horasDelegado Cícero Lima, da Homicídios, esteve no local do crime

Delegado Cícero Lima

Em menos de 24 horas do registro e ampla divulgação do caso na imprensa, o delegado Paulo Cerqueira publicou portaria no Diário Oficial do Estado, edição desta quarta-feira, 8, designando o delegado Cícero Lima, ex-coordenador de Delegacia de Homicídios, para assumir o caso.

Apenas uma das vítimas foi identificada pelas autoridades policiais como Roberto dos Santos Sales, conhecido como Tinha. As vítimas foram baleados dentro de uma residência em uma vila no bairro do Clima Bom por militares que não são da região. À imprensa, a polícia não informou se alguma arma foi encontrada com as vítimas.

O local é atendido pelo 4º Batalhão de Policiamento Militar. A atuação do 1º BPM na região não foi justificado à imprensa. Mas as informações dão conta que a PM teria recebido a informação de que o ‘chefe do tráfico do Pilar’ estaria escondido na parte alta da cidade.

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A ‘Tinha’ são atribuídos crimes de homicídios que tiveram como vítimas Ailton Francisco dos Santos, morto em 8 de março de 2016; Luiz Gustavo dos Santos Gomes, assassinado em 1º de junho de 2015; José Cícero Nogueira dos Santos, em 8 de março de 2016 e de José Marcos Carlos de Almeida, em 15 de março de 2016.

Resistência seguida de morte

Os casos de resistências em operações das forças policiais em Alagoas já resultaram em 113 mortes nos anos de 2015 e 2016. Nos quatro primeiros meses de 2016, foram registradas e divulgadas, por meio de relatórios, estatísticas da Secretaria de Defesa Social, 12 mortes resultantes de supostas resistências. Os números de maio de 2016 ainda não foram divulgados. As estatísticas apontam ainda que só em 2015 foram mortos em supostos confrontos com a polícia 101 pessoas.

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De acordo com as estatísticas da SSP, os meses de março e fevereiro de 2016 foram os que mais pessoas morreram em confronto. Já em 2015, janeiro e dezembro foram os que mais houve registros de resistência seguidos de morte.

Acompanhe os números na sequência dos anos e meses:

2016

Abril – 2 mortos em confronto dos 138 mortos no mês;

Março – 8 mortos em confronto dos 168 mortos no mês;

Fevereiro – 8 mortos em confronto dos 146 mortos no mês;

Janeiro – 0 mortos em confronto dos 156 mortos no mês;

2015

Dezembro – 12 mortos em confronto dos 176 mortos no mês;

Novembro – 5 mortos em confronto dos 145 mortos no mês;

Outubro – 10 mortos em confronto dos 139 mortos no mês;

Setembro – 10 mortos em confronto dos 130 mortos no mês;

Agosto – 5 mortos mortos em confronto dos 134 mortos no mês;

Julho – 6 mortos em confronto dos 145 mortos no mês;

Junho – 10 mortos em confronto dos 145 mortos no mês;

Maio – 6 mortos em confronto dos 131 mortos no mês;

Abril – 11 mortos em confronto dos 140 mortos no mês;

Março – 4 mortos em confronto dos 144 mortos no mês;

Fevereiro – 5 mortos em confronto dos 158 mortos no mês;

Janeiro – 17 mortos em confronto dos 208 mortos no mês;

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