Com faixas, bandeiras, protesto nos bancos e caminhada pelo centro de Maceió, os bancários de Alagoas lançam nesta quinta-feira (18) a Campanha Nacional 2016, cujo objetivo é arrancar das instituições financeiras a recomposição dos salários, melhores condições de trabalho, garantia de emprego e a ampliação de conquistas na Convenção Coletiva de Trabalho.
O lançamento da campanha em Maceió se dá no mesmo dia em que serão abertas as negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A expectativa da categoria é que as negociações sejam mais difíceis este ano, razão pela qual não está descartada uma nova greve geral até o início de outubro.
“Vamos fazer de tudo para que os impasses sejam solucionados na mesa de negociação, mas se não houver avanço por parte dos bancos, não resta alternativa a não ser a paralisação. Esta é a linguagem que eles conhecem”, alerta o presidente do Sindicato dos Bancários de Alagoas, Jairo França.
De acordo com o dirigente sindical, apesar da crise econômica que assola o país, os cinco maiores bancos que atuam no Brasil (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa Econômica) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016. E mesmo assim, cortaram mais de 6 mil postos de trabalho.
“Muito desse lucro foi conseguido com o esforço do bancário, que enfrenta a pressão diária pelo cumprimento de metas e a sobrecarga de trabalho. Não há razão para os bancos negarem nossas reivindicações. Queremos reajuste com ganho real, maior participação no lucro, fim das demissões, mais contratações e o fim das metas abusivas”, acrescenta Jairo França.
O reajuste salarial reivindicado pelos bancários é de 14,78% (incluindo reposição da inflação mais 5% de aumento real). O pedido de Participação nos Lucros (PLR) é de 3 salários mais R$ 8.317,90. Eles também querem que o vale refeição tenha o valor mensal de um salário mínimo (R$ 880,00) e que o piso da categoria profissional seja equivalente ao salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ R$ 3.940,24 em junho).
A Campanha Nacional dos Bancários também incorpora este ano a defesa das empresas públicas, como a Caixa Econômica Federal, além da luta contra projetos que tramitam no governo e no Congresso reduzindo direitos e conquistas dos trabalhadores. Entre os projetos estão o da terceirização sem limites da mão de obra, a reforma da Previdência e a reforma trabalhista.