Eu sei, eu sei que o ano ainda não acabou. É que tenho o costume muitas vezes de levantar-me antes do fim do filme na última a cena e volta e meia perco o final surpreendente ou mesmo uma reviravolta no “pós créditos”. Contudo, arrisco-me dizer que já posso falar sobre esse ano que foi...
Eu sei, eu sei que o ano ainda não acabou. É que tenho o costume muitas vezes de levantar-me antes do fim do filme na última a cena e volta e meia perco o final surpreendente ou mesmo uma reviravolta no “pós créditos”. Contudo, arrisco-me dizer que já posso falar sobre esse ano que foi o mais sofrido, estranho e cheio de fortes emoções que já vivi -ao menos coletivamente falando.
Foi um ano em que morreu tanta gente -gente que provavelmente há um ano assistiu indiferente às notícias lá do outro lado do mundo, sobre um vírus letal que ameaçava o globo. Foram pessoas que não acreditavam que aquela praga invisível viajaria milhares e milhares de quilômetros e chegaria em nosso país, mais precisamente eu seus pulmões.
2020 marcou a todos nós em maior ou menor grau. Deixou-nos isolados, carentes e receosos do toque e fluidos alheios. Quebrou empresas, empobreceu muita gente e nos lembrou o que na verdade somos: um amontoado de células pensantes, que fazem parte de um sistema biológico confinado num pequeno planeta azul que boia na imensidão.
Mas, nos fez também ressignificarmos nossos valores e prioridades e refletirmos sobre “o que realmente importa”. A verdade é que depois de 2020 o mundo nunca mais será o mesmo -ao menos para a nossa geração.
Então quando parecia que o ano havia acabado e os créditos já apareciam na tela, eis que anuncia-se que haverá reviravoltas na trama que julgávamos encerrada. Já estava de pé esperando as luzes se acenderem, quando ouvi um “psiu, senta aí ! Você não está vendo que ainda não acabou?”
-Aí meu Deus. Acho que 2021 também promete fortes emoções….